‘A peste’ e o recomeço do olhar
O escritor Albert Camus, autor de 'A peste' e 'O estrangeiro', entre outros (Foto: Cecil Beaton/Condè Nast Archive/Corbis)
Em tempos de coronavírus, a crônica A peste (1947), do escritor franco-argelino Albert Camus, voltou a aparecer na mídia. Além de um aumento drástico nas vendas na França e na Itália, sua procura também teve um crescimento de 65% aqui no Brasil nas últimas semanas, segundo matéria de O Globo. A atual pandemia nos trouxe contexto para voltar ao clássico, seja pelos seus ensinamentos, seja pelo prazer de sua leitura. É válido se perguntar, então, como o livro pode impactar nossa forma de olhar para a atual situação.
A peste é a crônica de uma epidemia na cidade de Orã, Argélia, que ocorreu em um ano indeterminado da década de 1940. Ela é dividida em cinco partes e foi escrita entre 1942 e 1947. Neste período, Camus também agiu ativamente no jornal clandestino Combat! e escreveu textos engajados na luta contra o nazismo, como é o caso de Cartas a um amigo alemão (1945). Anos mais tarde, ao referir-se publicamente à organização de sua obra, ele a enquadra no “ciclo da revolta”, sob o mito de Prometeu, juntamente às peças O estado de sítio, Os justos e ao ensaio filosófico O homem revoltado.
O livro contém reflexões recorrentes na obra do autor, como a absurdidade da existência, o exílio, o amor, a revolta e a solidariedade humana. Como analogia, a narrativa e a doença alertam o leitor para uma constante ameaça política sobre sua vida e direitos. Ela apresenta uma forma de transformar o modo como vemos o cotidiano ao seu redor, além de retraçar a história de um destino coletivo, em que o elo entre pessoas de condições semelhantes prevalece sobre o individualismo heroico. A pintura de tais temas e o estilo sóbrio do escritor sensibilizam o olhar do leitor a questões sociais e existenciais que retornam através dos tempos.
Trata-se de um percurso que balanceia empatia pelo sofrimento humano e distanciamento crítico. Em um processo de gestação que vai desde as primeiras anotações em 1938, passando por uma redação mais intensa entre 1942 e 1946, Camus luta para equilibrar documentação, enredo, anedotas e reflexões filosóficas na sua narrativa. Tal trabalho também era a procura de uma distância justa, a partir da qual seria possível olhar para o momento presente ao nosso redor e lhe atribuir uma forma lúcida. Só assim o escritor cumpriria o que julgava ser o ofício do artista, como definiria em seu famoso discurso de recebimento do prêmio Nobel anos mais tarde: “O artista forja-se nesse perpétuo ir-e-vir de si mesmo aos outros, a meio caminho da beleza, da qual não pode prescindir, e da comunidade, da qual não pode se retirar. É por isso que os verdadeiros artistas não desprezam nada; eles se obrigam a compreender em vez de julgar”.
Olhos atentos
Com a epígrafe de Daniel Defoe, logo na abertura o olhar é direcionado para a possibilidade de leitura em, pelo menos, dois planos: “É tão válido representar um modo de aprisionamento por outro quanto representar qualquer coisa que de fato existe por alguma coisa que não existe”(Tradução de Valerie Rumjanek, Editora Record). Portanto, A peste pode ser a representação de algo que transcende questões de saúde pública em uma cidade sitiada na Argélia. Por trás dos testemunhos das personagens que a compõem, deve-se considerar o plano de fundo histórico de sua redação – narra-se indiretamente a ocupação do exército alemão em Paris.
Era o que vivia Camus enquanto a redigia, no Panelier, cidade próxima a Lion, e, posteriormente em Paris. No dia em que os alemães tomam a zona livre do país, em novembro de 1942, ele escreve em seu caderno: “Como ratos!”. E tais roedores são a primeira manifestação da peste, que os lança para “girar sobre si mesmos e morrer perto dos humanos”. Ainda na primeira parte, a referência voltará à “boca coberta de fungosidades” do zelador Michael, primeira vítima da doença, cujas últimas palavras são “Os ratos”.
Aproxima-se, assim, a experiência trágica dos cidadãos sob a epidemia ao que é vivido por pessoas que tiveram os direitos e a vida suprimidos pela guerra e consequente ocupação alemã (a “peste marrom”), o que Camus reforçou em declarações na época. Deste contexto, a obra projeta-se a outras possíveis ameaças políticas que persistem ainda hoje. O duplo sentido de diversos termos utilizados ao longo do livro reforça o entendimento de que se “o bacilo da peste não dorme nunca”, o totalitarismo se mantém à espreita. É preciso, portanto, vigiar, dentre outras coisas, esse terrorismo irracional de Estado, abordado pelo escritor também em O homem revoltado.
As palavras e as circunstâncias adquirem duplo sentido com menção ao contexto histórico, como o aprisionamento, a existência de um mercado paralelo, cadáveres sendo incinerados em fornos, a escolha de combatentes para sacrificar a vida pela cidade. Ao mesmo tempo, a crítica a mecanismos de poder e coerção social expõe estratégias discursivas que manipulam a população, abstraindo problemas concretos e alimentando sua ignorância.
Logo de início, a peste e o discurso da prefeitura da cidade são como abstrações que contribuem para o aumento do número de mortos. Como escreveu Camus em outra ocasião, “Nomear mal um objeto é somar à infelicidade deste mundo”. De início, demora-se para nomear a peste, as medidas da prefeitura são tímidas, como se insistissem em sua ignorância. Posteriormente, embora o flagelo deixe de ser abstração, os veículos de comunicação, como é o caso da Agência Ransdoc e o Correio da Epidemia, dividem-se entre um falso otimismo e a comunicação indiferente de dados estatísticos sobre as mortes. Não é sem propósito que mais adiante no livro, Jean Tarrou, viajante que documenta a peste em seus cadernos e se une às formações sanitárias para combatê-la, vai afirmar que um dos problemas no mundo é a falta de uma “linguagem clara”.
Apesar de sua boa recepção quando da sua publicação, A peste seria anos mais tarde objeto de crítica de Roland Barthes por não incluir o materialismo dialético em sua analogia à ocupação alemã. Também foi criticada por Jean-Paul Sartre, que, segundo Ronald Aronson, chega a dizer que Camus foi um babaca (“quel con!”) ao expor uma peste que surge sem razões e desaparece sem explicação, ignorando também condições históricas. Contudo, a crítica da crônica à falta de linguagem clara também pode ser lida como uma denúncia do discurso manipulador que oculta tais questões estruturais e históricas. Trata-se de manter os olhos incansavelmente abertos, atentos à concorrência de narrativas que se denominam como a verdade, mas que fogem do diálogo e banalizam o sofrimento em prol de fins políticos.
Olhos que contemplam
Além de tal plano de fundo, Camus pontua a Barthes em carta de 1955 que A peste é mais que uma “crônica da Resistência”. A obra também provoca os olhos que já não veem o que os cerca, presos a uma forma indiferente de perceber o cotidiano. A morte de Michel é apenas o começo de mudanças mais profundas: “Se tudo tivesse ficado por aí, os hábitos, sem dúvida, teriam vencido”, mas a revolução imposta na percepção das coisas atinge em cheio os hábitos e interesses dos concidadãos.
O cenário pede para ser visto com novos olhos. Entre jogos de luzes e sombras sobre o espaço da narrativa, seguimos passos cadenciados dos oraneses, observamos a vida que pulsa e que passa. Nos primeiros meses de peste, alguns estão dopados no próprio sofrimento, outros tentam seguir com seus hábitos, outros ainda saem em busca de gozar a vida. De todo modo, todos agora “se tornavam sensíveis às cores do céu e aos odores da terra…”. As ruas estagnadas crepitam sob o sol durante o dia e à noite, são palco de passeios solitários, mas também de festividades dos jovens, com eles, “Toda a angústia que se pinta durante o dia nos rostos se dissolve então, no crepúsculo ardente e poeirento, numa espécie de excitação desvairada, numa liberdade desajeitada que inflama todo um povo”.
Mas comparada à nossa São Paulo, Orã também tem seu ritmo intenso, repleta de gente interessada pelo comércio e preocupada em “fazer negócios”. Faltam-lhe tempo, reflexão, e as pessoas são obrigadas a “amar sem saber”. A epidemia, conforme avança, impõe esse tempo que falta às pessoas. Ela dura de abril a fevereiro do ano seguinte e, no seu auge, torna a cidade “uma sala de espera” de recolhimento e silêncio.
Ao mundo inchado de inovações do leitor de hoje, a peste traz a espera e a paciência. Exilados geograficamente, agora todos os cidadãos também vivem em suspensão: repetem os mesmos filmes, leem os mesmos dados estatísticos no jornal, encaram a mesma necessidade de readquirir coragem a cada dia que recomeça. Junto à ideia de um progresso linear da humanidade e à nossa constante evolução rumo ao tão idealizado futuro melhor – herança de uma tradição cristã que nos faz contar os anos à espera do retorno do salvador -, essa situação nos impõe a repetição cíclica das coisas.
Constata-se, porém, que muitos têm dificuldade de olhar para a própria repetição. Carecem de imaginação nessa “necrópole em que a peste, a pedra e a noite teriam feito calar, enfim, todas as vozes”. Alguns tentam apenas reviver os mesmos passeios que faziam com o amante ausente, outros aprisionam-se na própria saudade. Os assuntos ficam escassos, falta-lhes aquela tão valorizada fabulação descrita por Antonio Candido em “Direito à literatura”, que reordena nossas experiências e garante nossa sanidade mental. Conforme avançamos, há um momento de torpor no livro, um “longo sono”, quando as pessoas “já não escolhiam nada” e “a peste suprimira os juízos de valor”.
Nesse sentido, as anotações do caderno de Tarrou sobre os pormenores da Orã, recuperadas pelo narrador, pintam a narrativa com anedotas. Inspirado em grande parte por Stendhal e pelas histórias de sua juventude na Argélia, Camus insere na crônica casos como o de um idoso que todos os dias sai à janela para atrair gatos e depois escarrar sobre eles; de um senhor asmático que conta as horas transferindo ervilhas de uma panela à outra; e de um ex-jogador de futebol espanhol que, nostálgico das partidas suspensas, chuta pedrinhas para fazer gols em bueiros de ruas desertas.
O escritor faz de Tarrou o “historiador do que não tem história”. Sua vantagem é trazer para o texto o olhar de um viajante, que vê algo novo no que é rotineiro para quem sempre viveu no local. Esse flâneur que ouve conversas nos bondes é uma fonte de olhar poético e criativo na narrativa. Mas não é o único a alimentá-la com histórias de vida. O doutor Rieux, o contrabandista Cottard, o padre Paneloux, o servidor público Grand e o jornalista Rambert reagem ao risco da morte como podem. Alguns encabeçam a luta contra a imediata pena de morte coletiva, outros ainda tentam perseguir objetivos pessoais, como Rambert e sua tentativa de fuga da cidade para reencontrar a esposa na França até desistir, enfim, e se unir às formações sanitárias.
Desse modo, nosso olhar que se detém em contemplação percebe o valor da natureza que o cerca, das pequenas felicidades rotineiras e da luta individual contra o sofrimento. Se por um lado a monótona Orã é repleta de pessoas ocultas no anonimato da vida comum, essas mesmas pessoas dão prova de que ser apenas humano em um mundo absurdo às vezes já pode significar muito.
Olhar e revolta
A epidemia nos recorda que, como seres humanos, compartilhamos de uma condição comum. Desde a parte dois do livro, a peste torna-se “um problema comum a todos nós”, e os sentimentos individuais passam progressivamente a ser de todos os seus prisioneiros.
Os contornos de cada um, suas grandes ambições e vaidades, diluem-se no exílio. Agora a cidade está repleta de “sombras errantes”. Algumas delas recorrem ao passado e ao sentimento de falta do ser amado, de arrependimento. Furtando-se à tragédia coletiva, tentam se revestir com um invólucro de uma paixão pessoal, assim, “o egoísmo do amor preservava-os”. Mas a esse torpor contrapõe-se com mais força certa objetividade no combate ao cruel destino.
“Já não havia destinos individuais, mas uma história coletiva que era a peste e sentimentos compartilhados por todos”. Em situação de calamidade pública, quando o aporte financeiro já não basta, voltamos a nos perguntar qual lugar ocupamos na sociedade e que contribuição podemos lhe dar. E seja por instinto de sobrevivência, seja por solidariedade, as personagens que se percebem como pertencentes à cidade cumprem diferentes papéis na luta. Em um estágio avançado de epidemia, com o aumento do desemprego, “a miséria mostra-se mais forte que o medo” e as formações sanitárias ganham reforço.
O burocrata Grand, por exemplo, poderia facilmente ser apenas um Gregor Samsa de A metamorfose. A única diferença é que, além de servidor de uma repartição, ele tem o desejo de saber se expressar e, para isso, repete o mesmo início de um romance todas as noites para decidir ao final que a questão era tirar os adjetivos em excesso. Ele “só tinha um pouco de bondade no coração e um ideal aparentemente ridículo”, mas faz a diferença por ficar duas horas a mais na repartição e contribuir com seus conhecimentos à contabilização da peste. Rambert, que estava de passagem em Orã e acabou preso por conta da epidemia, decide no último momento abandonar sua tentativa de fuga e contribuir na luta contra a peste, pois “tem vergonha de ser feliz sozinho e sente que pertence à cidade”.
O tom sóbrio e frio do narrador ao expor a decisão de tais personagens não os eleva. Pelo contrário, procura dar “ao heroísmo o lugar secundário que lhe cabe”. Desmistifica, com isso, a função do herói individual como centro das narrativas. O narrador lamenta não poder narrar um grande feito, mas a peste que os atinge, diferentemente dos vilões clássicos, é um inimigo “monótono”. O próprio Rieux em seu trabalho cotidiano de tratar os doentes da peste não vê nisso algo a se exaltar: “Estou nas trevas e tento ver claro. Há muito que deixei de achar isso original”.
A tragédia que a epidemia ilumina já é nossa constante luta contra a morte de cada dia. Com esse entendimento, o leitor direciona os olhos, então, ao plano metafísico da questão. Camus escreveu em seus cadernos enquanto redigia A peste: “O Estrangeiro descreve a nudez do homem diante do absurdo. A peste, a equivalência profunda dos pontos de vista individuais diante do mesmo absurdo”. Assim, se o flagelo faz parte dos desígnios divinos, como quer o padre Paneloux em seus sermões, o doutor Rieux, por sua vez, “recusa-se até a morte amar esta criação em que as crianças são torturadas”. Como palco dessa luta entre homem e deus, os momentos de morte de uma criança, o filho do juiz Othon, leva a fé cristã ao seu limite em uma das cenas mais intensas da crônica.
A condenação à morte é condição natural da vida, mas nos esquecemos disso. Tarrou também nos recorda. Filho de um procurador-geral responsável por enviar criminosos à guilhotina, ele guardava com horror a imagem do réu condenado diante da própria morte iminente. Personagem que verbaliza a total oposição de Camus à pena de morte – esse assassinato cometido pelo Estado -, ele luta contra a epidemia, dando o exemplo de uma reação positiva à absurdidade da vida, em outras palavras, ele se revolta.
Assim também Rieux: “Há horas, nesta cidade, em que nada sinto senão a minha revolta”. Para ele, essa revolta consiste em fazer o seu trabalho e a jamais se habituar ao escândalo do sofrimento humano. Antes de se conectar com algo que transcende à vida, ele opta por reforçar o elo solidário com o mundo a sua volta e com cada pessoa que padece. Uma das cenas mais simbólicas desse elo é, ao final da quarta parte, quando Rieux e Tarrou decidem suspender a luta contra o flagelo para tomarem um banho de mar, algo proibido no atual estado de sítio. Ele experimenta, então, “uma estranha felicidade”.
A felicidade, no entanto, “nada esquecia”. Os dois amigos cedem à alegria da amizade e ao contato com a natureza, mas guardam a lucidez de que sempre é preciso recomeçar.
A medida das coisas entre sombras e luz
Assim, ler A peste é ler a história de uma epidemia e das grandes lutas coletivas contra o sofrimento, seja causado por conflitos políticos, seja meramente arbitrário. É passar do literal ao simbólico, da crítica realista à reflexão metafísica. É andar por ruas de sombra e ruas de luz, como diante de quadros em chiaroscuro. No lusco-fusco em que tateamos o caminho, as palavras persistem como nosso guia, assim como a linguagem que nomeia as coisas e ilumina o mundo aos olhos de cada um.
Somos todos empesteados antes de conhecer a peste de fato. Assim como ela, também temos a “precisão e regularidade de um bom funcionário”. Em nosso dia a dia, tendemos igualmente a sacrificar “tudo à eficácia”. Então com a leitura, e com a experiência da atual pandemia, atravessamos seu “reino imóvel”, oscilamos entre medo e revolta.
Mas a Orã sitiada é como uma cidade triste que nos compreende e nos acolhe. Povoada de mortes, a crônica segue adiante. A cada novo capítulo, demonstra que é preciso recomeçar, pois há uma obstinação de viver que nos sustenta em nossa condição trágica. Na base da revolta, há o amor pelos que nos cercam. Preparamo-nos para combater, mas não nos esquecemos que um “mundo sem amor era como um mundo morto e que chega sempre uma hora em que nos cansamos das prisões, do trabalho e da coragem, para reclamar o rosto de um ser e o coração maravilhoso de ternura”. As personagens Rieux, Rambert, Tarrou e Grand cedem à ternura, ao amor, à própria sensibilidade. Com eles, cede a peste.
Ao final, deixamos o livro talvez como um prisioneiro deixa sua prisão, um monge deixa seu mosteiro – olhamos para fora com mais sabedoria, como “um calor de vida e uma imagem de morte, era isso o conhecimento”. É possível ser feliz porque existe o amor entre os seres e porque “há nos homens mais coisas a admirar que coisas a desprezar”. Mas é preciso preservar a memória. Ela impede que a felicidade ceda à ingenuidade e que ódios futuros nos tornem niilistas. Entre memória e felicidade habita a justa medida do olhar que Camus buscou ao longo da vida. Não é à toa que, após o ciclo da revolta, viria em sua obra o ciclo do amor – mas com o mito de Nêmesis, deusa grega da justa medida.
Se as narrativas do poder nos iludem com mentiras sobre quem somos e o que estamos atravessando, a literatura lhes contrapõe ficções que reordenam o mundo, oferecem novas camadas ao olhar, tornando-o mais crítico, mas também mais sensível. Ao colocar-nos em lugares variados de contemplação, ela também nos devolve vias para o recomeço das coisas. Em um mundo repleto de fake news, de declarações proferidas e depois denegadas, a representação mítica de um acontecimento tem o poder de expandir nossa reflexão social e ontológica. Também convida o olhar a enxergar o elo de cada um com a humanidade e a sua história.
Raphael Luiz de Araújo é doutor em letras pela USP, professor de língua portuguesa e literatura, e tradutor de Os primeiros cadernos, de Camus