Feminismo e filosofia no século 20

Feminismo e filosofia no século 20
Manifestação do Movimento pela Libertação das Mulheres em Paris (Reprodução)
  O feminismo em fase de autojustificação Assim como é preciso ponderar a condição da filosofia pós-psicanálise e pós-Auschwitz, a filosofia após a queda do muro no século em que a civilização encontrou de vez a barbárie, é preciso, do mesmo modo, perguntar sobre a existência de uma filosofia pós-feminismo. Não é possível entender as transformações da filosofia no século passado, cujos efeitos ressoam sobre o nascimento do século 21, sem levar em conta o que nele floresceu como feminismo afetando até hoje a construção do pensamento, da história cultural e do cotidiano de homens e mulheres. Não é possível deixar de perguntar se o feminismo afetou a filosofia ou se o feminismo é um efeito da filosofia. Que haja um feminismo filosófico a ser analisado como material para uma história da filosofia não é mais importante do que entender o que ainda pode ser tratado como filosofia após a crise da razão para o qual o feminismo contribui em grande medida ainda hoje. Como qualquer movimento revolucionário tanto da teoria quanto da prática, o feminismo causa incômodo. Compreendê-lo é uma tarefa do nosso tempo, quando seu alcance prático ainda gera efeitos também teóricos. Hoje não podemos mais falar de um feminismo, mas de diversas correntes, posições e autores que ajudaram a levar adiante a causa feminista, inclusive pondo-a em xeque e definindo um rumo ainda mais crítico para o pensamento dos nossos dias. Filosofia, feminismo e modernidade Diz-se feminismo para todas as correntes de pensamento que se ocuparam dos di

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