24º Cultura Inglesa Festival inclui novos temas e linguagens artísticas em edição online

24º Cultura Inglesa Festival inclui novos temas e linguagens artísticas em edição online
Poesia: Marisa Orth, Chris Couto, Natasha Felix e outras artistas brasileiras homenageiam autores anglófonos (Fotos: Divulgação)

 

Conhecido por preencher de atividades gratuitas centros culturais e espaços públicos da capital paulista, o Cultura Inglesa Festival chega à sua 24º edição adaptado para os tempos de pandemia e distanciamento social. As lives e exibições on demand entram de vez no vocabulário do evento, que entre 6 e 28 de março reúne em uma plataforma interativa mais de 60 atrações gratuitas entre shows, oficinas, bate-papos, exibições audiovisuais e performances.

Além de áreas tradicionalmente contempladas pelo festival, como música, dança, teatro, cinema e artes visuais, a programação deste ano amplia o rol de linguagens artísticas e inclui a poesia, o slam e a arte digital. Também acrescenta novas temáticas, como meio ambiente e ciência, que aparecem nas obras audiovisuais selecionadas, nos conteúdos infantis e nas CIF Talks, série de conversas sobre temas urgentes no Brasil e no mundo – outra novidade da edição.

“O festival traz as vanguardas digitais e as novas tendências da arte e da cultura porque acreditamos que o público merece ser exposto e convidado a participar de um festival diferente, plural, com inúmeras possibilidades e temas”, afirma Liliane Rebelo, gerente de Cultura e Sociedade na Cultura Inglesa. 

Ela conta que a curadoria manteve a tradição de ter no line-up nomes conhecidos do público, mas dessa vez a partir de uma proposta diferente: revisitar a cultura britânica e a língua inglesa – objetivo primordial do evento – pela ótica de artistas brasileiros. Vem daí a inspiração para a série (Re)Versões, em que músicos, atrizes e coreógrafos homenageiam grandes obras e personalidades anglófonas.

Na música, Anelis Assumpção, Blubell, Luciana Paes e São Yantó interpretam Bob Marley, Beatles, Amy Winehouse e Queen, respectivamente. Os mesmos artistas são celebrados pelos dançarinos e coreógrafos Florido, Darlita Albino, Maria Emília Gomes e Ivan Manavi, que transformam as canções em performances multissensoriais. 

A violinista Gabriele Leite retoma a obra de Julien Bream e de outros importantes nomes da música clássica inglesa. Entre as atrações musicais, há ainda uma live com Caetano Veloso, que revisita o período em Londres e canta músicas dos discos Caetano Veloso (1968) e Transa (1972), e um pocket-show de Luedji Luna com anaiis, artista franco-senegalesa baseada em Londres.   

Na poesia, que estreia no festival dentro da série Re(Versões), autores como William Shakespeare, Virginia Woolf, John Keats e Toni Morrison têm suas obras reinterpretadas por Marisa Orth, Cida Moreira, Chris Couto, Cláudia Missura, Dani Nega e Natasha Felix. Com curadoria de Natalia Barros e direção musical de Benjamim Taubkin, as apresentações são divididas em três eixos: “Um quarto todo delas”, “Cantos nômades” e “Metáforas metafísicas”. 

Outra linguagem artística que aparece pela primeira vez entre as atrações é o slam – batalhas de poesia falada que se popularizaram no Brasil a partir de 2013. Precursora do gênero no país, Roberta Estrela D’Alva curou um line-up que envolve um torneio digital, oficinas e talks com Joelle Taylor, poeta, dramaturga e autora britânica, e Emerson Alcalde, escritor, ativista social e co-fundador do Slam da Guilhermina. 

Segundo Liliane Rebelo, a curadoria do festival partiu de uma análise profunda das grandes discussões sociais que atingem o Brasil e o mundo para trazer uma programação plural e diversa, que tem como norte a excelência criativa. “Investimos em pesquisa de linguagens e de conteúdos que pudessem provocar sensações e estímulos dos sentidos, valendo-se da estética para sensibilizar e gerar engajamento para assuntos importantes”, diz.

A diretriz se estende inclusive para as atrações infantis, que, entre outras atividades, exibe três animações da Royal Institution of Great Britain – a instituição de ciência mais antiga do mundo – sobre assuntos do espaço, tecnologia, matemática e oceanos.

No campo da inovação e das artes digitais, o evento apresenta a obra “Airlock”, uma HQ live action em três episódios do renomado grupo britânico Imitating The Dog, e uma conversa sobre arte e inteligência artificial com a artista estadunidense Gretchen Andrew, conhecida por misturar programação, teoria da informação e meta-data.

Traz ainda uma seleção de três vídeos inéditos de artistas internacionais que expandem os limites entre a criação visual e sonora. Os trabalhos “Máquina de Pios”, de Kathy Hinde; “Súbitos Devaneios”, de Michael Begg; e “Águas Primordiais Revisitadas”, de Alex Smoke, fizeram parte do premiado festival escocês Sonica. 

Veja mais detalhes da programação na plataforma do festival

Cultura Inglesa Festival
Quando: de 6 a 28/03
Quanto: Grátis
Onde: em culturainglesa.com.br 


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