Elisabeth Roudinesco: Lacan deu uma dimensão de intelectualidade à obra de Freud
A historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco (Léa Crespi/Divulgação)
Com toda a controvérsia que advém da ousadia intelectual, o trabalho da historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco é referência fundamental para quem deseja compreender as origens, os destinos e a relevância do pensamento de Lacan. Os dois volumes da História da psicanálise na França e sua biografia Lacan, esboço de uma vida – história de um sistema de pensamento, consagraram a autora como uma das principais historiadoras da psicanálise. A partir dessas publicações, e sempre orientada por uma reflexão rigorosa sobre os impasses da psicanálise, sua obra ramificou-se para temas diversos. Roudinesco publica regularmente na imprensa, tratando desde as novas configurações familiares às formas contemporâneas de perversão. Assume posturas combativas em defesa da psicanálise, contra o Freud bashing (os ataques à vida e obra de Freud) e contra a medicalização do sofrimento. Lacan, no entanto, nunca saiu de seu horizonte de reflexão. Além da biografia lançada em 1993, Roudinesco publicou dois livros sobre o psicanalista: Lacan, a despeito de tudo e de todos, em 2011, e Lacan passado presente, em 2012, um diálogo com o filósofo Alain Badiou, no qual ambos expõem convergências, dissensos e perspectivas do pensamento lacaniano.
Nesta entrevista – realizada durante sua recente passagem pelo Brasil para o ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento e para o lançamento de sua biografia de Freud, Sigmund Freud na sua época e em nosso tempo (Zahar) – Roudinesco faz um breve panorama da atualidade de Lacan. Defende um mo
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