A VIDA BATE de Roberta Weingartner

A VIDA BATE de Roberta Weingartner

A EXPOSIÇÃO A VIDA BATE DE ROBERTA WEINGARTNER ESTÁ NO CAFÉ DO PORTO EM PORTO ALEGRE ATÉ O DIA 27/08/2012. ESCREVI O TEXTO ABAIXO PARA ELA. AQUI VAI UMA PINTURA E O LINK PARA O VÍDEO FEITO PELA ROBERTA. A MÚSICA É DE CARLOS DORN.

A VIDA BATE é um poema de Ferreira Gullar. Agora é também a série de pinturas de Roberta Weingartner, a jovem pintora que tendo sobrenome de pintor já veio bem batizada por alguma sorte do destino.

A pintura, no entanto, é de todas as artes, a mais inominada. Nela “o que” é dito vela-se sobre o “como” é ditto, de uma maneira intagível para nossos olhos soterrados de informações vindas da terra de ninguém da sociedade visual.

Por isso o que vemos nesta série chamada A Vida Bate importa menos do que o “como” vemos. É um modo de ver o que a pintura de Roberta Weingartner nos pede. Pede que olhemos com a atenção que já não existe. Aquela que nos faz parar no meio do caminho e cuidar do que a nós se mostra.

Por que a pintura mesmo não estando em nós, está de certo modo em nosso olhar, esse que ela leva para passear no dia em que ficamos cegos. Nos devolve , depois, eviscerado dos inevitáveis soterramentos do mundo em uma sociedade espetacular que tem a pretensão de tudo ver. Esta sociedade que vende a imagem como mercadoria e que tem a pretensão de ter domesticado o visível.

O invisível sobrevive na pintura como uma zona autônoma com a qual se entra em contato com um pouco de silêncio visual na observação da carne incomum das cores.

A “carnadura de pânico” de que fala Gullar é o tecido de Weingartner agora posto à nu para nos ensinar a ver. O que vem dizer que se, sob ele, A Vida Bate ainda é sorte nossa a quem é dado ver nestes tempos em que trafegamos enceguecidos por qualquer lugar indo do nada a lugar nenhum.

http://www.youtube.com/watch?v=8OfwcLNpC3M

 

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