Tempos de tolerância ambígua

Tempos de tolerância ambígua

Parlamentares observam manifestação de estudantes contra a PEC 55, no dia 29 de novembro (Foto: Patricia Cuca)

Para uns, pão e circo; para outros, a benção com o néctar de Baco

No contexto do pensamento filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas pela sociedade de uma região ou época. No sentido prático e orgânico, as duas palavras têm sentidos semelhantes, pois formam as bases do comportamento da sociedade, procurando ditar o que é certo, o que é errado ou o que é proibido para a vivência humana.

Os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidos por esta sociedade atual foram trazidos pelas caravelas Santa Maria, Pinta e Nina. Não há outra explicação senão a da genética para explicar onde foi parar a moral perdida de forma generalizada, ao observar alguns tipos de comportamento como sair às ruas para afastar um ser que não tem ética alguma e apoiar o outro que é pior ainda. Aí Requião manda comer alfafa e ninguém pode reclamar. Que moral tem um bando de engravatado que come iscas de carne cujo quilo é mais caro que um salário mínimo, olhando pela janela mais de cinco mil estudantes apanharem porque lutam para manter um mínimo de dignidade, lutam contra a PEC do fim do mundo? Para uns, pão e circo; para outros, a benção com o néctar de Baco

Mas no dia a dia estressante do mundo moderno a situação está cada vez mais caótica. Ao mesmo tempo em que a tecnologia avança rumo ao “infinito”, – e hoje parece que vivemos no cenário das ficções científicas dos anos 1970 e 1980 – os valores morais voltam à Idade Média e deixam 71 pessoas mortas e seis sobreviventes com as mentes abaladas. Tudo para “economizar” combustível. Quem economiza combustível em avião? Só sendo muito amoral para fazer uma coisa dessas. Realmente é “o último tango”, mesmo nojento e asqueroso, mas eternizado.

Ser racional é mais subjetivo do que se imagina e o que é moralmente aceito pra você e sua família pode ser completamente imoral para o outro indivíduo. Mas onde estão as famílias que educam com moral, quando se vê um bando de jovens tentando invadir, festas alheias? Uma sociedade como esta não pode falar, reclamar, por isso tem uma meia dúzia de loucos que em vez de servir de exemplo fazendo coisas boas, prefere se omitir e chamar o exército. O moralismo desses loucos está febril e alucinante. Qualquer um que faça parte de um minoria será julgado o tempo todo, só por existir e pensar.

Estamos numa época de tolerância ambígua na qual o indivíduo dribla as regras para seu proveito, mas exige do outro total transparência e honestidade. “Prefiro morrer como um homem, a viver como um covarde”, afirmou Tupac Shakur.

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