A vida em comum

A vida em comum

Sejamos menos práticos, busquemos mais alternativas de futuro para que possamos viver mais tempo, fazer a história aos poucos e não viver no limite

 

Nesses tempos, construir uma boa relação, sair um pouco do digital e ir para o corpo a corpo se faz muito urgente e necessário em todos os níveis sociais. E não adianta dizer que não tem tempo: isso está ficando fora de moda.

Tem que existir tempo para educar nossos filhos, que não nascem prontos. E nem infelizes, porque não sabem que “não podem” gostar de gays, de negras, de índios, não podem gostar da esquerda, que não podem, não podem, não podem. Aprendem que não podem depois, com os pais, que passam suas loucuras para frente. E como existem loucos à solta por aí.

O que vemos é uma geração sendo formada por outra que não aceita não como resposta, que não aprende a lidar com a frustração, que não sabe esperar, que não chora até soluçar. Que não sabe perder, não sabe cair.

Que é consumista, mas não sabe o quanto é difícil ganhar dinheiro. Que cassa uma presidenta legitima, mas frauda vestibular. Que não registra empregada, que fura fila, que estaciona em vaga de deficiente, entre outros desrespeitos. Parecem preparar uma bomba relógio.

A sociedade começou a cochilar na questão da ética e não faz nada para acordar. Não reage, não atua para melhorar ao seu redor, no seu dia a dia. Faz-se urgente a unidade do pensar juntos para tentar melhorar os valores e a integridade do nosso futuro. Para que haja esperança, solidariedade, ética e paz.

Para um ser humano conviver em comunidade (que significa agremiação, sociedade, identidade, lugar onde vivem indivíduos agremiados) em paz, é necessário existir uma sociedade justa. Para formar pessoas com  personalidade ética é necessário um trabalho conjunto envolvendo família, escola, comunidade, amigos, todos juntos.

Partilhar mais a vida em comum, se dedicar mais uns aos outros, ir mais ao cinema, à Paulista aos domingos ou ficar na própria sala de casa juntos: Sejamos menos práticos, busquemos mais alternativas de futuro para que possamos viver mais tempo, fazer a história aos poucos e não viver no limite.

Enfim, construir uma personalidade ética é um conjunto que deve ser mantido ou redescoberto. Para o que não aconteça o que dizia o escritor e padre francês François Rabelais: “Conheço muitos que não puderam quando deviam porque não quiseram quando podiam”.

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