Súditos da rainha, comemorai

Súditos da rainha, comemorai

Rodrigo Carneiro

Os 40 anos de monarquia pop dos ingleses do Queen serão intensamente festejados em 2011. As compilações Greatest Hits (1981) e Greatest Hits 2 (1991), reeditadas em janeiro na Inglaterra, deram início à série de reverências. Para o mês de março está previsto o reaparecimento dos cinco primeiros álbuns do grupo formado por Freddie Mercury (voz e piano), Brian May (guitarra), Roger Taylor (bateria) e John Deacon (baixo). Retorno ao mercado em grande estilo, as edições são remasterizadas e trazem consigo sobras de estúdio, encartes de luxo e material inédito. Em pacotes de cinco em cinco, os 15 títulos da discografia da banda serão comercializados pelo selo Island (Universal), que desde o ano passado detém os direitos da EMI, responsável pelo debute em disco do Queen, em 1973.

E mais: entre os dias 25 deste mês e 12 de março, o Old Trumans Brewery, em Londres, recebe a exposição Stormtroopers in Stilettos – The Early Years. Com entrada franca, a mostra interativa documentará os cinco anos iniciais da banda, de 1971 a 1976. Quem também se manifesta nas festividades é a BBC, que produz um documentário sobre o quarteto.

Já a sétima arte se rende ao Queen de duas formas: a adaptação cinematográfica do musical We Will Rock You e um longa-metragem dedicado à vida de Freddie Mercury – vítima da aids em 1991. Prevista para estrear no primeiro semestre de 2012, a cinebiografia terá como protagonista o ator e humorista Sacha Baron Cohen (de Borat e Brüno), que, segundo afirmou o guitarrista Brian May, “está entrando no papel de uma maneira que encantaria Freddie”. Desde 2006, o ator Johnny Depp era cotado para interpretá-lo.

Todos esses eventos relacionados ao grupo se justificam. Afinal, o Queen é um dos episódios mais peculiares e de sucesso mais improvável de toda a música pop. E a figura de seu carismático vocalista, autor, a exemplo dos outros três integrantes, de vários temas poderosos, é um senhor emblema. Virginiano de 1946, Farokh Bulsara nasceu em Zanzibar (à época colônia britânica), na Tanzânia, região oriental da África. Sua educação foi regida pelos preceitos religiosos da tradição persa e pela grade curricular de uma escola inglesa perto de Bombaim, na Índia. Fugindo das tensões políticas de Zanzibar, a família Bulsara imigrou para o Reino Unido no início da década de 1960. Aos 17 anos, já com o apelido de Freddie, o futuro astro foi testemunha privilegiada da chamada invasão britânica, a ruidosa chegada dos Beatles ao mercado norte-americano e sua aparição no popular The Ed Sullivan Show, enquanto graduava-se em arte e design na Ealing Art College.

Surgido das cinzas de um grupo chamado Smile – do qual faziam parte Brian May e o baterista Roger Taylor –, o Queen foi fundado em 1970 e promoveu algumas reviravoltas inusitadas em seu trajeto musical. Do hard rock dos primeiros álbuns à incorporação de elementos do pop oitentista, passando pela declaração de amor à ópera – A Night at the Opera (1975) é a obra-prima resultante dessa paixão. Experimentos sonoros que colocavam banda e crítica em pé de guerra. “Para a imprensa, se nós fazemos rock pesado estamos imitando o Led Zeppelin, se fazemos mais dançante estamos copiando os Beach Boys. Quem pode levar esses caras a sério?”, perguntava Mercury, não raro, do alto do primeiro lugar da parada britânica.

(27) Comentários

  1. Falar em Queen é ficar arrepiado…. Nâo sabia que o Fredy Mercury, tinha origem asiática… Tá explicado porque o cara era tão iluminado

  2. Para mim, o Quenn se resumia em um só grande astro: Freddie Mercury. Era divino. Vóz e presença maravilhosas. Só ele já era suficiente para encher o palco. Que pena ter enveredado por caminhos que não poderiam levá-lo por outro que não o da morte precoce!

  3. Freddie eterno, QUEEN um classico, todos juntos fizeram a melhor banda de rock, que ja existiu… com maior numeros de sigles,melhor vocalista, sem dizer que de foi o Queen que começou a fazer shows em estadios,uma banda perfeita e Beatles deu sorte de não ter visto o Queen no auge..e de tanto talento em composições e um banho de interpretações, de Freddie Mercury, tamanhã seria a humilhação….

    Eternamente Freddie mercury

    Abração aos fãns da banda

  4. ‘A Night at the Opera’ é uma referência ao clássico do humor dos irmãos Marx. O álbum que poderia estar mais ‘próximo’ da paixão pela Ópera, seria “A day at the races”

  5. Pra mim, o melhor grupo de todos os tempos. Tenho toda a coleção e não canso de ouvir. Querer que surja uma outra banda como essa é a mesma coisa que esperar pelo novo pelé no futebol (sem chance).

  6. Fico feliz, pois os primeiros cds não tem um bom som, foram melhorando conforme se regravava remasterizados pela EMI, mas acho que agora nós fãs, poderemos comprar essa nova edição remasterizada e com extras. Demais.

  7. Uma das músicas que mais gosto de ouvir é “Going Back” do Lary Lurex (Fred), que voz, 1971, ele começava se arriscar no piano, que só estudou 4 anos…sabiam??? Sabem como foi a entrada de Fred no Smile (Queen…depois)??? Ele era fã dos Smile…assistia os ensaios e dava tanto palpites, que quando Tim Staffell resolver sair…foi indicado para substituí-lo e já foi logo tascando essa: “se vocês realmente quiserem fazer sucesso de maneira original, eu posso ajudá-los!” 1º ato: a banda tem que ter um nome de peso: Queen!!! e deu no que deu.

  8. Ai, saudade!
    O Queen foi uma apoteose do rock, um sonho possível da música. Freddie não teve, não tem e nunca terá ninguém que substitua ou se iguale. GOD SAVE THE QUEEN!

  9. Freddie mercury simplesmente o cara era demais voz rock ópera,uma das vozes mais bonitas e raras no mundo e a banda do queen tambem era completa com roger taylor,brian may e john deacon fazia obras de deixar qualquer ouvinte feliz e já esperava com ansiedade o próximo album.

  10. Homenagem justa. O Queen conseguiu ao longo de sua existência transitar pelo rock pesado (Queen II), pelo pop dance (Hot space) apesar de alguns não gostarem, pelo culto à ópera (A night at the opera) e pelo rock maduro dos álbuns Innuendo e Made in Heaven. Todos com letras brilhantes e melodias impactantes. Freddie Mercury com sua voz única, versátil e potente, seu carisma e presença de palco representa a essência maior desse grupo que embalou fãs no século passado. Além disso, poucos grupos de rock podem se dar ao luxo de possuir uma videoteca como a do Queen, e emplacar tantos “hit parede ten” sucessivamente.
    GOD SAVE THE QUEEN.

  11. O Queen faz uma enorme falta em meio a essas mesmices que pululam no cenário internacional do rock. Toda a minha adolescência foi embalada pela rainha Freddie e sua corte. Salve a Rainha! Salve Freddie, The Queen!

  12. Existe a música popular antes e depois de bohemian Rhapsody, e existe a minha vida antes e depois de Good Company. Queen foi a expressão mais refinada do “rock n’ roll for stadium” no século XX. São, como já disseram neste fórum, eternos.

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