A semiótica também é filosofia
(Arte Revista Cult)
Independentemente de qualquer outra coisa que ela possa ser, a filosofia hoje também é uma teoria dos signos. O que Friedrich Nietzsche observou no século 19, na Genealogia da moral, é ainda verdadeiro no 21: nós, seres humanos do conhecimento, “não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos – e não sem motivo. Nunca nos procuramos – como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos?”. Nem todos os filósofos contemporâneos se veem como semioticistas. Como a maioria dos filósofos anglófonos, com certeza. Alguns rejeitam em voz alta a possibilidade de desenvolver uma teoria abrangente dos signos, no entanto praticamente endossam o que rejeitam na teoria. Pois, apesar de seus protestos, ainda que de modo involuntário estão contribuindo para a compreensão dos signos. O que Peirce disse sobre a metafísica pode ser dito com a mesma verdade sobre a semiótica: aqueles que negam a metafísica não se desprendem desse compromisso ontológico, mas apenas permitem que sua própria metafísica não seja examinada.
Muitos filósofos contemporâneos são semioticistas conscientes, explicitamente – ou algum equivalente aproximado (gramatologistas, desconstrucionistas ou genealogistas). Mesmo aqueles que fogem do rótulo estão, como acabamos de observar, contribuindo para nossa compreensão não só de tipos específicos de uso de signos, mas também das dimensões mais profundas do significado, em seu sentido mais amplo.
A virada linguística da filosofia sempre foi uma virada semiótica e, além disso, uma virada para os sig
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