Rita Lee por Ed Motta
Rita Lee, a pensadora pop, está com um disco novo de músicas inéditas, mais um belo rebento com seu cúmplice Roberto de Carvalho, o compositor do universo pop que conseguiu emplacar muitas vezes nas FMs os temas mais musicalmente complexos dessa linguagem.
Um disco se começa pela capa, ótima, criada pelo Roberto, com fotos tiradas pelos dois. Uns mosaicos, psicodelia pura.
Ninguém grava vocais tão perfeitos por aqui: que cantora, que timbre, que facilidade com as palavras, dicção impecável. Nesse disco, seu canto é supremo, maduro.
A faixa título é um doo-wop, idioma que a dupla visitou muitas vezes, com guitarras e timbres sempre cuidadosos do mestre Roberto, que atua como multi-instrumentista, tocando baixo, teclados e guitarras.
“Divagando” é mais uma das milhares de provas de por que considero a fase com Roberto de Carvalho a melhor da Rita Lee. O texto dela não amolece, como cobraria a patrulha infantilóide rock’n’roll, e a voz dela cai como uma luva nos temas pop/jazzy/bossa.
“Vidinha Besta” é um belo tapa nesse “mundo Rivotril” em que vivemos; e eu, que implico com palavrão, adoro com a Rita: ela pode, ganha outra categoria.
“Paradise Brasil” deveria tocar no mundo inteiro, minha favorita do disco, um house-disco com a excelência de aquitetura pop que papai do céu presenteia poucos.
No meio do conformismo da neo-MPB e do amadorismo do mundo indie, que cresce sem editorial darwinista para conter tal praga, essa dupla mostra mais uma vez como se faz música pop com talher de prata, é um bálsamo pr’alma.
(7) Comentários
Gosto da fase Tuti Fruti ….essa galerinha pop nacional que se acham ” os donos do sucesso ” como Lulu…Caetano..Rita…Ed…um pé no saco……
comparo a mpb como se fosse o PMDB….uma praga que não quer sair do poder…..lixo
Gosto muito do trabalho da Rita Lee com Roberto de Carvalho, tenho LP’s e fui a um dos últimos shows dela com a turnê ETC… no ano passado. Mas na minha opinião, nada se compara ao som ousado, lisérgico, psicodélico e puramente rock n’ roll dos tempos de Os Mutantes, a parceria com o gênio Arnaldo Baptista acrescentou e muito no talento da Ritinha, além de gostar demais dos seus primeiros trabalhos da carreira solo como “Cilibrínas do Éden” e “Atrás do Porto tem uma Cidade”. Quem não conhece, não sabe o que está perdendo.
Perfeita. Rita maravilhosa, completa.
os donos do sucesso nesse brejo mudaram, agora são zezés ivetes e telós. mas a praga dos chatos, como esse Ivan aí , é a mesma, não muda nunca. vc que e lixo, bicho.
Adoro a Rita!
E gostei muito do texto! 🙂
Se o disco é bom? penso que se houver uma única música que eu goste nesse cd já vale comprar a obra inteira de rita… ela é o SUCESSO, é fenomenal…. mulheres que como diria zélia duncan, de uma inteligência que mais faz falta nesses tempos restarts….
Ed, você precisa musicar mais letras da Rita. A parceria de vocês é perfeita, o teu suingue carioca com as letras doces de Rita casam como uma luva…”Colombina” é uma música belíssima assim. Liga prá ela…