Rio de Janeiro, uma cidade literária
Cidade do Rio de Janeiro, 1889, Pedro Correa do Lago/Coleção Princesa Isabel: Fotografia do século XIX
Fruto da imaginação e do trabalho articulado de muitos homens, fonte de paixão, de fascinação e palco de lutas, a cidade é uma obra coletiva que desafia a natureza tendo se tornado também objeto de fascinação e espaço de atuação dos literatos. Dessa forma, muitas cidades foram imortalizadas pela pena de escritores como Charles Baudelaire, que escreveu a Paris do século 19; Dickens tematizou Londres; ou Borges que recriou sua amada Buenos Aires. Lisboa também se inscreveu na ficção de Eça de Queiroz e na poesia de Cesário Verde, enquanto a cidade do Rio de Janeiro foi encenada na literatura de Machado de Assis, João do Rio e Lima Barreto, dentre outros.
Em 1º de março de 2015, comemoraremos os 450 anos da fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e, sem dúvida, a data suscita a necessidade de se repensar seus espaços e suas representações. Além disso, podemos pensar no Rio de Janeiro como uma “cidade literária”* ao lembrarmos que esta é uma cidade em que a música e o turismo se encontram entrelaçados através das suas diversas imagens, costumes, mitos, danças, comida típica, música –, ou seja, dos seus bens simbólicos que constituem referentes para o leitor de outras culturas e outras cidades.
Até o século 19, a paisagem urbana do Rio permaneceu estagnada, sendo composta por chácaras e quintais, até mesmo na sua área central, onde persistiram demarcando os limites da Cidade Velha durante boa parte do século. Nos últimos anos desse mesmo século, em contraste com a sua beleza natural e com sua condição de ca
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