Prosa e poesia africanas: Hein e Modirwa

Prosa e poesia africanas: Hein e Modirwa
(Her Photography Bw)
  J. M. G. Le Clézio, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2008, afirmou que Riambel, romance de estreia da mauriciana Priya Hein, “bravamente agarra a complexidade das relações éticas nas Ilhas Maurício” e apresenta “grande arte no sentido de vergonha mesclada com indignação e nos vãos do que não é dito”. E o que é dito em Riambel (nome do vilarejo enterrado na parte mais ao sul da ilha em que Noemi, a principal narradora, nasceu) grita – edificando ficção como veículo explícito de protesto: contra a escravidão, contra o racismo, contra o trabalho infantil, contra as desigualdades sociais. No romance fragmentário, capítulos podem concentrar-se tanto em uma linha quanto em algumas poucas páginas (e ser permeados por: letras de canções, receitas culinárias da região, vozes pretéritas de escravizados): oscilação que lança o leitor aos movimentos do oceano Índico, inerente à trama; e, para a adolescente Noemi, inescapável. Quando mergulhamos, encontramos um livro sobre desejo e desilusão. Além dos elogios de Le Clézio, o livro foi celebrado por Ananda Devi e Lindsey Collen, e recebeu o prêmio (para originais) Jean Fanchette; assim, Riambel, traduzido por Haddiyyah Tegally, foi publicado na França pela Éditions Globe, em 2022 – antes mesmo da versão original, publicada pela britânica The Indigo Press. Prestes a sair na Alemanha pela Gutkind Verlag, a obra tem os direitos para o catalão vendidos para a Sembra Llibres. Em relação à forma, os poemas de Crossing Roads , de Phodiso Modirwa, são compostos major

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