Possíveis lições para uma curadoria crítica da arte

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Possíveis lições para  uma curadoria crítica da arte
Instalação 'Warning' (200), de Antoni Muntadas, em Vancouver (Foto: Divulgação)
  As lições que serão apresentadas neste texto não são de minha autoria. São de artistas e críticos, e seguramente poderiam somar-se a outras tantas. Antes de colocá-las, porém, cabe dizer por que me ocorre que preciso (precisamos) de lições. Em minhas recentes visitas a exposições coletivas, não excluindo projetos de cujas equipes curatoriais participei, posso averbar que as considerei no mais das vezes monótonas, repetitivas e friamente planejadas. Essa impressão permite ao menos duas perspectivas: ou temos exposições, curadores e artistas demais – posição reacionária e equivocada –, ou não estamos realizando boas exposições. Admitindo, sobretudo, a segunda hipótese, é razoável assinalar que o que deixa essas mostras profundamente insossas é perceber como algumas curadorias pouco conseguem acionar relações potencializantes entre trabalhos diversos, seus contextos de exibição e aspectos do tempo em que vivemos. Ao contrário, muitas obras dessas mostras perdem densidade quando apresentadas enquanto “rimas” de um texto poético que não é seu. É claro, poder-se-ia argumentar que nem toda curadoria pretende acionar relações entre obras ou apresentar-se enquanto uma reflexão sobre determinado artista e aspectos do presente. Entretanto, nesses casos, a figura do curador seria totalmente dispensável. Supondo que tais observações são de fato um problema relevante – várias exposições são padronizadas, muitas curadorias não expressam pensamentos, nem sempre a figura do curador é necessária –, é preciso especul

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