Politeísmo crítico

Politeísmo crítico
  Os estudos culturais são a tendência mais forte da crítica literária contemporânea, questionando os critérios unívocos de abordagem do artefato “literário” em nome de uma multiplicidade de paradigmas críticos, caracterizados pelo diálogo com diversas áreas das ciências humanas e pela valorização da voz dos excluídos e das minorias políticas. Leia neste Dossiê uma seleção de textos apresentados no último congresso da Abralic, evento que reuniu no Brasil alguns dos maiores nomes da crítica internacional. Quem ousará afirmar, hoje, o que é literatura e o que não é literatura? Instigados por esse desafio, mais de 1.300 professores, pesquisadores e estudantes universitários se reuniram em Florianópolis (SC), no último mês de agosto, para debater os rumos da crítica e dos estudos literários no país durante o VI Congresso da Abralic (Associação Brasileira de Literatura Comparada). Teóricos importantes do Brasil, como Silviano Santiago e Roberto Schwartz, e estudiosos estrangeiros de renome, como Susan Buck-Morss e Marjorie Perloff, participaram desse evento que se prolongou por quatro dias e contou com 800 expositores. As discussões nem sempre foram pacíficas. O próprio tema do congresso, com seu caráter interrogativo – “Literatura Comparada=Estudos Culturais?” –, ensejava desde o início o debate acalorado.  Convém recordar alguns fatos, que talvez ajudem a situar melhor os estudos literários no seu “contexto atual”. Os estudos estruturalistas, nos anos 60, devotaram-se, na França e alhures, à busca d

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