Pixinguinha Pioneiro
“Meu pai sempre contava: ‘seu avô saía do Bar Gouveia, onde tinha cadeira cativa, no final da manhã, comprava o frango assado para o almoço, e zarpava pra casa’”, lembra Marcelo Vianna, neto de Pixinguinha e idealizador da mostra que leva o nome do compositor e arranjador carioca.
Essa faceta da vida familiar é apenas um dos eixos temáticos da exposição Pixinguinha, dividida em 12 salas – uma delas, por exemplo, é dedicada especialmente à canção “Carinhoso”, composta em 1923 e regravada por artistas como Orlando Silva, Elis Regina, Roberto Carlos e Maria Bethânia.
“Há muitos objetos pessoais inéditos, como o primeiro contrato com a gravadora Victor, de 1929, quando se torna o primeiro arranjador brasileiro a ser contratado – todos os outros até então eram estrangeiros –, além de cartas de Tom Jobim, Ary Barroso, Cyro Monteiro e Elizeth Cardoso”, diz a curadora, Lu Araujo.
Para ela, Pixinguinha merecia uma mostra permanente: “Poderíamos ter contato frequente com seus aspectos humanos: a generosidade, o companheirismo, a simplicidade e a nobreza de caráter. Ele enfrentou o amargo preconceito racial e, com enorme talento, dinamismo artístico e modernidade nata, foi fundamental para a base do que é hoje considerada a música popular brasileira”.
Paralelamente à exposição, será lançado o livro Pixinguinha – O Gênio e o Tempo, uma fotobiografia abrangendo sete décadas da vida do maestro, seus grupos e parceiros, com textos do historiador André Diniz.
Onde: CCBB-DF – SCES, trecho 2, lote 22, Brasília (DF)
Quando: 13/3 a 6/5
Quanto: gratuito
Info.: (61) 3108-7600, www.bb.com.br