O real ao redor

O real ao redor
Para Patricia Kolesnicov, jornalismo cultural argentino é preso à agenda e com pouca capacidade crítica (Sebastián Freire/Divulgação)
  Ainda que tenha publicado dois romances e uma autobiografia, Patricia Kolesnicov, 53, considera-se antes de tudo uma jornalista. Uma jornalista que escreve livros. É desse lugar que a argentina, editora de cultura do Clarín, encara não só os acontecimentos e o cotidiano, mas também suas personagens: “Mesmo na ficção, trabalho bastante como jornalista. Em geral, eu me imagino na situação, visualizo a cena e a descrevo como se tivesse ido visitá-la para depois relatar em uma nota. Não é muito louco?” O hábito de reportar veio cedo. Nascida em Buenos Aires, ela ganhou aos doze anos uma máquina de escrever, brasileira, e ali replicava as notícias que via na televisão. Aos 20, depois de enviar uma nota disfarçada de carta ao leitor à revista Sex Humor, uma das mais famosas da Argentina nos anos 1980, foi convidada pelo jornalista Aquiles Fabregat a ser colaboradora da publicação. Daí em diante, passou pelo El Cronista, El Porteño e aos 26 chegou ao Clarín, jornal argentino de maior circulação no país, no qual edita a seção de cultura desde 2004. “Nunca encontrei algo de que gostasse mais do que isso”, conta a jornalista, que chega ao Brasil em agosto para participar do seminário “Jornalismo: as novas configurações do quarto poder”, organizado pela CULT em parceria com o Sesc São Paulo. “Logo me pareceu perfeito: se tratava de ler, entrevistar, ir a lugares, contar o que se passava e, quando tinha sorte, dizer coisas que o poder não queria que fossem ditas”. São variados os seus interesses dentro da cobertura c

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