Os desacordos
Edição do mêsGravura medieval de navegadores no oceano, em torno da história de São Brandão (Imagem: Reprodução)
Não estar em acordo com outras pessoas parece ser um fenômeno muito comum em nossa vida diária. Podemos tomar posições opostas sobre a mesma questão, por exemplo: o que comer no jantar, quais são os efeitos da mudança climática, qual a melhor série de TV, usar ou não uma linguagem inclusiva. A partir dessa diversidade de exemplos podemos fazer uma primeira distinção: existem desacordos que pertencem ao domínio tem desacordos que pertencem ao domínio teórico, onde não há demanda de ação.
Outra possível distinção é entre os desacordos em que nossas preferências pessoais são importantes e outros em que essas preferências devem ser postas de lado. Imaginemos a seguinte situação: resolvemos sair para beber cerveja com um amigo. Decidimos ir de ônibus, para que ambos possamos desfrutar da bebida sem nos preocuparmos com a necessidade de alguém dirigir o carro na volta. No ponto, vemos um ônibus a distância. Eu digo: “Esse é o que devemos tomar”. Meu amigo diz: “Não, não é esse”. Quando nos aproximamos o suficiente e conseguimos ver claramente o destino do ônibus, descobrimos que era o certo. Nós entramos. Uma vez no bar, vemos o menu e meu amigo diz que a melhor cerveja é provavelmente a Pale Ale, pois não é tão forte (apenas 5% de álcool) mas é encorpada (37 IBU, que é a medida para o amargor). Eu lhe digo que para mim a melhor provavelmente é a Red Irish, porque, como a Pale Ale, ela tem 5% de álcool, mas apenas 17 IBU, o que a torna mais refrescante e leve sem perder os tons de caramelo e malte torrado que ca
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