Frida Kahlo: obra em debate

Frida Kahlo: obra em debate
Frida Kahlo no hotel Barbizon Plaza, Nova York, 1931 (Foto Gerardo Suter / The Vergel Foundation)
  Em entrevista, Franscisco Alambert e Teixeira Coelho discutem trabalho da artista mexicana Sob que prisma pode ser compreendida a obra de Frida Kahlo? Francisco Alambert Além de sua turbulenta vida pessoal, seus problemas de saúde, seu casamento com Rivera, suas relações com Trotsky e muitos outros (toda essa biografia espetacular), Frida Kahlo compôs uma obra que parece fácil, mas é muito difícil, cheia de tentativas e falhas, combinando a influência original da tradição imagética mexicana com alguns dos aspectos mais engajados do muralismo em suas telas autobiográficas e de dolorosa sensibilidade. O surrealismo apareceu depois e é menos um problema para ela do que foi para os próprios europeus.  Se o muralismo se distinguiu pela engajada combinação de arte moderna popular e vida política, Kahlo buscou incluir, além disso tudo, a longa e dolorosa narrativa de suas conquistas e tragédias pessoais (que eram também históricas). O que explicaria o grande sucesso da exposição da artista no Brasil? Alambert Vários motivos entrelaçados, como no trabalho da própria artista. Primeiro, a institucionalização das mostras de grande porte e a grande propaganda gerada por instituições bem colocadas no mercado (tanto faz se públicas ou privadas). Em segundo lugar, a maneira pela qual a fama da artista foi integrada à cultura contemporânea e seus valores: feminismo, multiculturalismo e signos pop. Em terceiro, e como parte dos outros dois aspectos, a atenção da mídia, para a qual a vida da artista, seu caráter suavemente “polêmico” e

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