No palco e na voz de Maria Bethânia
Clarice teve textos interpretados nos palcos por Maria Bethânia; interesse da cantora pela autora começou nos anos 1960 (Foto: França/AJB)
A adolescente Maria Bethânia teve um primeiro impacto diante da escrita de Clarice Lispector ao ler um conto na revista Senhor, em início dos anos 1960, por sugestão de seu irmão Caetano Veloso, que ganhara de presente, do irmão Rodrigo, a assinatura da revista. Caetano afirma que idolatrava Clarice desde quando lera na Senhor o conto “A imitação da rosa”.
É provável que esse momento tenha sido o início do percurso artístico da hoje consagrada cantora Maria Bethânia – percurso a ser marcado pela presença de Clarice Lispector em seus futuros shows musicais, nos quais Maria Bethânia passaria a dramatizar trechos literários da autora.
A inclusão de textos de Clarice nos shows ocorreria alguns anos mais tarde, após a estreia nacional da cantora, no Rio de Janeiro, em 13 de fevereiro de 1965, no show Opinião, quando substituiu Nara Leão e obteve imenso sucesso de crítica e público. E ela também inclui Clarice no show Pois é, em 1966, que teve direção musical de Jards Macalé e participação de Vinicius de Moraes.
Aliás, foi nesse ano de 1966 que a cantora se aproximou do dramaturgo e ator Fauzi Arap, aproximação que efetivamente levou ao grande encontro entre o teatro e a música, na carreira de Bethânia.
Do encontro nasceu o projeto do show Comigo me desavim, que estreou em setembro de 1967 no Teatro Miguel Lemos, em Copacabana, com título inspirado no poema do clássico escritor português Sá de Miranda (1481-1558), musicado por Caetano Veloso. E em cena, a “cantriz” Maria Bethânia, que então iniciava uma brilh
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