Apresentação | dossiê Narciso através do espelho
Fotomontagem sobre pintura “Narciso” (1599), de Caravaggio
Em 1914, ao tomar do poeta Ovídio o mito de Narciso – o herói grego que mergulha para a morte ao contemplar a própria beleza no reflexo de uma fonte –, Freud elaborou um conceito fundamental da teoria psicanalítica. Entre o primeiro amor autoerótico, o amor narcísico e autocentrado, e o amor objetal, dirigido para fora de si, os sujeitos constituem o Eu na relação de alteridade com o Outro.
Narcisismo tornou-se, então, termo corrente, aplicado de manuais de psiquiatria às redes sociais. O professor e psicanalista Daniel Kupermann é quem coordena este dossiê, dedicado a retomar o conceito freudiano na sua origem e a problematizar, por meio de leituras diversas, seus desdobramentos na clínica e na cultura contemporâneas.
O dossiê é composto pelos artigos:
Por que Narciso não fala sozinho?
“Mãe narcisista?” Sofrimentos narcísicos e o contemporâneo
O simulacro narcísico da branquitude e a ausência da barreira da compaixão