O simulacro narcísico da branquitude e a ausência da barreira da compaixão

O simulacro narcísico da branquitude e a ausência da barreira da compaixão
Detalhe da tela “A redenção de Cam” (1895), de Modesto Brocos (Reprodução/Museu Nacional de Belas Artes)
  A ausência de barreira da compaixão acarreta o perigo de que essa união dos institutos cruéis com os erógenos, ocorrida na infância, venha se mostrar indissolúvel mais tarde. Freud Em março de 1914, em Viena, Freud publica o texto “Introdução ao Narcisismo”. Esse texto dá sequência às proposições freudianas edificadas no trabalho de 1913: “Totem e Tabu”. Tais narrativas fazem a interlocução entre as origens e destinos do complexo de Édipo, que permite estruturar um pensar sobre a constituição do sujeito e da ordem social. De um lado, temos a presença necessária de nos constituirmos como narciso, tempo primeiro que nos retira do desamparo absoluto; do outro, temos a necessidade de fazermos rupturas nessa plenitude em nome do Eu e dos Nós – do individual e do coletivo –, intercâmbio e travessia, imprescindível, do narcisismo ao Édipo. Essa configuração, que remete a uma hipotética antropologia psicanalítica, revela, entre muitos de seus elementos, o conflito entre o ser a lei em si mesmo e o estar subordinado à lei. Essa que deveria, com suas singularidades, sustentar a pertinência das igualdades. Tal proposição implica a imposição de pensarmos sobre as vicissitudes do narcisismo, com seus imperativos de dualidade, em sua interação com as demandas edípicas, marcadas pela eterna presença do terceiro, tanto no “bem-estar” quanto no “mal-estar”, que habita em nós e na cultura. Pelo viés do “bem-estar”, deparamo-nos com os desdobramentos de um narcisismo atravessado pela presença da marca da alter

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