Não à censura

Não à censura
'Gaye com folhas gu' (2015), de Ayrson Heráclito, em exposição na mostra 'Histórias da sexualidade', no MASP (Acervo MASP / Divulgação)
  No dia 10 de setembro de 2017, um acontecimento extraordinário mudaria para sempre nossa percepção da censura e da deturpação da verdade para fins obscuros: o fechamento unilateral e autoritário da exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na arte brasileira, pelo Banco Santander, o patrocinador, promotor e realizador do evento. Queermuseu é uma mostra que faz uma incursão artística em questões relacionadas à expressão e à identidade de gênero, à diferença, e à diversidade (incluindo diversidade da forma artística) na arte brasileira, por meio de um conjunto de obras que percorrem um arco histórico que vai de meados do século 20 até a contemporaneidade. Com trabalhos representativos da amplitude estética e geracional da produção das várias regiões do país, esta foi a primeira exposição com tal envergadura na América Latina e a quarta já realizada no mundo, reunindo 264 criações de 85 artistas brasileiros, com obras provenientes de coleções públicas e privadas. Uma obra de arte, independentemente do mérito artístico que lhe seja atribuído pela crítica ou pela historiografia, é considerada em essência “patrimônio da humanidade” e, portanto, deve ser preservada e protegida de danos físicos e morais. Um colecionador, público ou privado, não pode, por exemplo, adquirir uma obra de arte com o intuito de destruí-la intencionalmente ou fazer uso dela para vilipendiá-la, devendo preservar e zelar por sua integridade, sob pena de incorrer em um crime contra o patrimônio. O patrimônio cultural representado

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