Mutarelli ao quadrado


Jhennifer Moises
Um quarto de hotel, dois personagens e uma proposta inusitada criam o universo de Natimorto, filme adaptado do livro de Lourenço Mutarelli –, Natimorto, um Musical Silencioso estrelado por ele e Simone Spoladore e que estreia nas principais capitais brasileiras hoje.
Com direção de Paulo Machline, o longa-metragem conta a história de um agente (Mutarelli) que traz uma jovem cantora (Simone) a São Paulo para apresentá-la a um renomado maestro.
Enquanto esperam que esse encontro aconteça, a verdadeira intenção do caça-talentos se revela, assim como seu lado doentio. Assombrado por memórias da infância e reprimido por ideias perturbadoras, ele deseja se isolar do mundo. Em uma de suas falas, chega a dizer que “é de humanidade que sofremos”.
Para Lourenço, a característica mais perversa dos seres humanos é o individualismo: “Tudo que é ruim é fruto dessa ilusão da individualidade”, diz à CULT o protagonista, que confessa ter tido dificuldades em entrar no seu personagem. Ou, como ele explica, de “chegar a um personagem que não era exatamente o meu personagem. Na verdade, era tentar chegar ao personagem do Paulinho [Machline, diretor]”.
[HTML1]