Mulheres da floresta
Nara Baré, primeira mulher a assumir a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia, Coiab (Foto: Loyanna Santana/Mídia Ninja/Wikimedia Commons)
A modernização das lutas sociais por cidadania e inserção das culturas resulta na aparição de uma pluralidade das identidades. Há uma multiplicação de referências a partir de uma tecnologia globalizada que ao mesmo tempo busca pelas localidades mais embrenhadas das quais nunca se viu ou pouco se ouviu falar. É esse deslocamento de saberes que faz emergir o olhar e a escuta para as mulheres da floresta. Claro que este movimento não se dá sem riscos e em razão disso antecipamos que a representação da diferença não pode ser tomada para outros fins que não a do aprender. Conhecer o mundo através da experiência do feminino em um território de floresta, em uma organização comunitária da vida e das relações. Mais do que a expectativa do reconhecimento que essas mulheres tenham em relação ao mundo do pertencer, este texto é a urgência do conhecer.
Ser povo e comunidade da floresta tem um significado plural de coexistência com o território, com os recursos naturais e as paisagens culturais, com os contos, as crenças, as encantarias, as histórias e ensinamentos orais transmitidos entre gerações sobre como viver e sobreviver nesse ambiente. As identidades são tão diversas quanto as matas que habitam, na terra firme ou nas várzeas, mangues, cerrado, matas primárias ou secundárias. Mesmo quando associamos mulheres ao seu território, como o caso da floresta, vamos encontrar relatos diversos, complementares e até distintos. Não há como exprimir uma realidade dessa existência, são realidades. Trabalhadoras rurais, estudantes, mã
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