Haroldo de Campos, polêmico por excelência

Haroldo de Campos, polêmico por excelência

 

O poeta, tradutor, ensaísta, e professor universitário Haroldo de Campos, um dos criadores e principais expoentes do movimento concretista, faleceu em São Paulo no dia 16 de agosto de 2003.

Haroldo de Campos notabilizou-se, ao lado do irmão Augusto de Campos e de Décio Pignatari, como um dos líderes do movimento de poesia concreta. O concretismo se vale de técnicas assimiladas das artes plásticas e visuais, e a própria disposição gráfica dos versos dos poemas faz parte da unidade semântica do texto.

Polêmico por excelência, Haroldo de Campos considerava a poesia concreta como legítima herdeira da tradição provençal de Arnaut Daniel, da lírica de Dante e das inovações vocabulares de Pound e James Joyce. Autores que formaram, aliás, o panteão de escritores que receberam recriações (ou “transcriações”, como preferia o escritor) através das traduções de Haroldo de Campos. O escritor também verteu para o português textos de clássicos como Homero, Maiakóvski, Rimbaud e Mallarmé, além de passagens do Antigo Testamento.

A veia de polemista de Haroldo de Campos revelou-se quando da publicação de seu O sequestro do Barroco, no qual criticava a ausência de Gregório de Mattos e de Antônio Vieira no célebre ensaio Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.

Haroldo de Campos publicou dezenas de volumes de poesia e ensaística, dentre os quais se destacam Xadrez de estrelas, Galáxias e A máquina do mundo repensada (poesias) e A arte no horizonte do provável, Deus e o Diabo no Fausto de Goethe e O sequestro do Barroco na Formação da Literatura Brasileira: o caso Gregório de Mattos (ensaios).


CARLOS EDUARDO ORTOLAN MIRANDA é doutorando e mestre em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas FFLCH – USP

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