Haroldo de Campos, o constelizador

Haroldo de Campos, o constelizador
Haroldo de Campos (Arte Revista Cult / Divulgação)
  No decênio da morte de Haroldo de Campos (1929-2003), a Editora Perspectiva (re)publica – com o apoio do Centro de Referência Haroldo de Campos (Casa das Rosas) – duas obras teóricas do poeta, tradutor e crítico paulistano: A ReOperação do texto, uma edição ampliada da coletânea de ensaios A operação do texto, de 1976, e Transcriação, antologia de escritos esparsos sobre poética da tradução organizada por Marcelo Tápia e Thelma Médici Nóbrega. Os dezesseis ensaios que integram Transcriação, publicados entre 1963 e 1997, permitem ao leitor acompanhar o desenvolvimento da teoria haroldiana que aboliu a hierarquia entre criação e tradução poéticas. Trata-se de textos publicados originariamente em jornais, periódicos ou em livros de múltipla autoria; apenas dois ensaios já  integrantes de outras obras do autor constam da coletânea, colaborando assim para a coesão do livro, que também conta com uma elucidativa introdução de Marcelo Tápia.    Em carta datilografada e enviada por fax ao teórico, professor e crítico de tradução Walter Costa em 2 de abril de 1988 (e recém-doada pelo destinatário ao Centro de Referência Haroldo de Campos), Haroldo se refere a um “livro in progress, em fase de revisão”, cujo título já anunciado seria Da transcriação (Poética e semiótica da operação tradutora). Anteriormente, em 1983, em nota a um artigo publicado no primeiro número dos Cadernos do MAM, Haroldo já se referira ao mesmo projeto, denominando-o – na época – Poética da tradução. Independentemente dos motivos

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