Luzes, câmera… Pessoa!
Grafiti do poeta português Fernando Pessoa (Reprodução)
Se você pensa que a obra de Fernando Pessoa já não pode surpreendê-lo, ai, pense de novo. Patricio Ferrari e Claudia J. Fischer mergulharam no oceânico espólio do escritor português e trouxeram à tona documentos que comprovam o interesse de Pessoa pela sétima arte. Essa ligação não seria a de um cinéfilo, mas é visível na poesia, na correspondência, em apontamentos soltos e na escrita de argumentos.
O livro Argumentos para Filmes (lançado em Portugal pelo selo Ática, do grupo Babel), que os editores dão a conhecer nesta entrevista à CULT, reúne todo esse material e mostra também a faceta comercial pessoana, latente em projetos como a empresa Cosmopolis e a produtora Ecce Film. Pessoa queria afirmar Portugal, mas também não se esqueceu da “propaganda da boa literatura e arte brasileira na Europa”.
O grupo Babel prevê que o livro – segundo da nova série das obras de Fernando Pessoa, coordenada por Jerónimo Pizarro – saia em 2012 no Brasil, onde deverão ser lançados ainda Provérbios Portugueses e Associações Secretas e Outros Escritos, da mesma coleção.
CULT – O baú artístico de Fernando Pessoa parece não ter fundo...
Claudia Fischer – É verdade. São à volta de 30 mil papéis, e muitos documentos ainda não estão publicados. Isso se deve a uma escrita muito tortuosa, muito difícil de decifrar. Pessoa implica muito tempo de dedicação à leitura do espólio inteiro porque textos relacionados com determinados temas não estão todos guardados no mesmo envelope.
Patricio Ferrari – A biblioteca particu
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