Jean-François Lyotard: itinerário de leitura
(reprodução)
A fenomenologia (1954)
Publicado em 1954, emerge como o marco inaugural na trajetória filosófica de Lyotard. A obra constitui uma imersão nos pilares essenciais da fenomenologia husserliana, bem como nos elementos característicos da fenomenologia de Merleau-Ponty, reconstituindo, assim, o diálogo que deu origem ao pensamento fenomenológico. Este texto introdutório desempenha um papel crucial para aqueles que almejam uma compreensão alargada do movimento fenomenológico e de sua abrangência epistemológica e ontológica.
A fenomenologia
Edições 70, 2008, 136 páginas
Por que filosofar? (1964)
É uma série de quatro palestras proferidas por Lyotard em 1964, destinadas aos estudantes de propedêutica na Universidade de Sorbonne, com o intuito de servir como uma introdução ao estudo da filosofia. Nessas palestras, Lyotard delineia os primeiros momentos de seu pensamento, demonstrando sua conexão com a concepção lacaniana de desejo e sua tentativa de abordar a relação entre filosofia, desejo, falta e amor a partir de uma perspectiva socrática-platônica. Dotadas de uma singular eloquência acadêmica, as palestras de Por que filosofar? representam uma porta de entrada excepcional para o vasto universo filosófico de Lyotard.
Por que filosofar
Parábola Editorial, 2014, 112 páginas
A condição pós-moderna (1979)
Nessa obra, mergulhamos em uma profunda reflexão sobre a questão da legitimidade no contexto contemporâneo. O autor questiona os fundamentos que sustentam a justiça das leis e a veracidade das declarações, lançando luz sobre a crise das grandes narrativas modernas, como a emancipação do cidadão e a utopia da sociedade sem classes. Essas narrativas, que antes conferiam validade aos conhecimentos e às ações humanas, são agora postas em xeque diante da emergência de uma era pós-moderna.
A condição pós-moderna
José Olympio, 2021, 176 páginas
Peregrinações: lei, forma, acontecimento (1988)
Quando indagado acerca de sua concepção da “teoria crítica”, Jean-François Lyotard partilha com seus pares no Instituto de Teoria Crítica da Universidade de Irvine, na Califórnia, as razões pelas quais não adota uma posição claramente definida sobre o tema, bem como a evolução dessa perspectiva ao longo de sua trajetória intelectual, que abarca um período de 50 anos e perpassa os campos da literatura, estética, ética e política. Esse é esboço de sua biografia intelectual, apresentando também uma importante discussão com seu amigo Pierre Souyri, em que podemos compreender o posicionamento de Lyotard a respeito do marxismo e da dialética como forma de pensar.
Peregrinações: lei, forma, acontecimento
Estação Liberdade, 2000, 112 páginas
O inumano (1988)
Nesse livro, Lyotard expande os paradigmas da pós-modernidade. Uma das ideias centrais é a investigação sobre como os humanos foram afetados por um processo “evolutivo” que, paradoxalmente, os desumaniza, subvertendo a lógica tradicional de progresso. Nesse contexto, há uma clara falta de alternativas humanas, políticas e filosóficas a tal movimento. A única solução viável para o filósofo francês é a resistência.
O inumano
Estampa, 1997, 202 páginas
Rafael Gargano é mestre (USP) e doutorando (UnB e Radboud Universiteit Nijmegen) em filosofia. É membro do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise do Centro-Oeste, da Société Internationale de Psychanalyse et Philosophie e do Center for Contemporary European Philosophy. É professor de filosofia em colégios de Goiânia.
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