Fragmento de um diário

Fragmento de um diário
  São Paulo, 19 de abril de 2020.  Primeiras anotações sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no Brasil. Convivemos oficialmente com o coronavírus desde 25 de fevereiro de 2020, quando um empresário de 61 anos recebeu o diagnóstico positivo no Hospital Israelita Albert Einstein. O paciente, que se recuperou em duas semanas, havia retornado ao Brasil de uma viagem ao norte da Itália, região que começava a enfrentar uma explosão de casos da doença. Desde o aparecimento desse primeiro caso até o fechamento desta edição, foram registradas 7.485 mortes no país pela doença. Desse total de vítimas fatais, 2.654 foram registradas no estado de São Paulo. O estado está no epicentro da pandemia no Brasil, país que já soma, a despeito da dificuldade para realizar testes de detecção da presença do vírus, 110.156 infectados. Como os povos originários da terra brasilis, lembrados ironicamente no dia 19 de abril, seremos também dizimados por uma gripe? A impressão que mais circula entre nós: corremos o risco de sofrer um colapso sanitário, econômico, social e político, e  aparentemente não há nenhuma ação coordenada para evitar isso. “Colapso” é um substantivo masculino que se refere àquilo que está em processo de desmoronamento, ao que sofre uma drástica experiência de crise ou está prestes a acabar, a se tornar ruína. Na medicina, designa um estado físico de debilidade pelo enfraquecimento do organismo ou pela perda excessiva de líquidos, algo que acarreta insuficiência cardíaca ou mesmo um estado de síncope, isto é, d

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