Ferenczi: notas biográficas
Ferenczi em foto de 1919 com dedicatória a Melanie Klein (Foto: Reprodução)
Origem e os primeiros anos de prática médica
Levantai-vos húngaros, vosso país vos chama à luta/ Chegou a hora – Seremos escravos ou livres?/ Escolher!/ É uma questão de honra e direitos./ Ao Deus dos húngaros/ Juramos/ Nunca mais nos curvar/ Diante da tirania!
Os versos escritos pelo poeta e revolucionário Sándor Petőfi encheram de esperança jovens que, em março de 1848, exigindo o fim da censura, eleições diretas, equidade religiosa e liberdade a presos políticos, ousaram se opor ao poder dos Habsburgos, soberanos do Império Austríaco ao qual a Hungria, à época, era submetida.
Entre eles estava Baruch Frankel, judeu de origem polonesa que daria a seu oitavo filho, nascido em 1873, o nome Sándor, em homenagem a Petőfi. Nesse momento ele e Rosa, sua esposa, dividiam a administração de sua livraria-editora em Miskolc e a educação da família, que chegou aos doze filhos. Visando integrar-se à comunidade magiar, Baruch Frankel tornou-se Bernát Ferenczi, sobrenome estendido aos filhos e que se tornaria, anos depois, sinônimo de psicanálise na Hungria.
Sándor Ferenczi era o filho mais próximo de Bernát, e a morte precoce do pai deixou-lhe marcas profundas. Somada à grande severidade da mãe, foi uma das raízes de sua intensa busca de reconhecimento e afeto nas relações que desenvolveu com figuras que cruzariam sua história – e das quais a mais célebre foi, certamente, Sigmund Freud.
No início da década de 1890, Ferenczi ingressou na Faculdade de Medicina de Viena. Encantou-se com as carreiras relacionadas à psicolo
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