especial | O soldado antropofágico
(Imagem: Reprodução/ Jean-Baptiste Debret)
“O Brasil sempre foi contemporâneo da sua escravidão.” Essa é uma das ideias centrais que o psicanalista Tales Ab’Sáber desdobra em seu novo livro, O soldado antropofágico: escravidão e não-pensamento no Brasil, a sair este mês pela n-1 edições. O autor parte do relato de Carl Schlichthorst, soldado alemão que visitou o Brasil entre 1824 e 1826, para refletir sobre a violência e a racialidade que caracterizam a formação social brasileira, no que também questiona os cânones da interpretação do país.
Ao desvelar as continuidades do poder escravista no Brasil contemporâneo, Ab’Sáber não deixa de notar a dimensão inusitada e prazenteira que nos caracteriza e contrasta com outros povos. Afinal, “o mesmo corpo preto que sofre e adoece com a brutalidade da escravidão é capaz de produzir uma cultura viva, moderna e genuinamente brasileira”.
Neste especial, as professoras Esther Solano, Margareth Rago, Marina Pereira de Almeida Mello e Rita Almeida discutem O soldado antropofágico em diferentes perspectivas. Completam o especial os textos de Fabio Cesar Alves, Jurandir Malerba e Leandro Saraiva, publicados com exclusividade no site da revista.
Confira todos os textos:
Um instante de filoginia, de Margareth Rago
O neoescravismo brasileiro, de Rita Almeida e Esther Solano
O caleidoscópio de Tales Ab’Sáber, de Marina Pereira de Almeida Mello
Um embotamento histórico, de Fabio Cesar Alves
Um livro-espelho, ou um livro-divã, de Jurandir Malerba
Rewald & Ab’Sáber, muita dor e algumas delícias, de Leandro Saraiva