Entrevista – Marilena Chauí
A filósofa mais importante do país discute a crise financeira, a popularidade do governo Lula, e afirma a centralidade do ensino da história da filosofia nas escolas
Juvenal Savian Filho e Eduardo Socha
Refrear, neste caso, uma declaração talvez mais entusiasmada seria um gesto insensato: Marilena Chaui é, sob vários aspectos, uma das personalidades mais admiráveis do país. Pois não basta dizer que sua trajetória como educadora se confunde com a própria difusão da filosofia universitária no Brasil. Essa constatação, evidente quando se observa a formação de nossos departamentos de filosofia, deriva de apenas uma das linhas de atuação da pensadora. Sua ativa participação nas discussões sobre os rumos da educação brasileira atestam a continuidade do engajamento, que vai além dos muros universitários da FFLCH-USP, onde leciona há 40 anos. Comprovando que também é possível romper com a elitização do ensino de filosofia sem abandonar o rigor que caracteriza a verdadeira atitude filosófica, seu livro Convite à filosofia tornou-se uma introdução surpreendente ao filosofar e referência praticamente obrigatória para o ensino médio.
Em razão de sua militância no campo político-partidário – outra linha de atuação –, seu nome hoje integra o panteão dos intelectuais que forneceram as coordenadas teóricas para a consolidação da democracia em nossa história política recente. Membro fundador do PT, teve experiência no Poder Executivo como secretária de Cultura de São Paulo, na gestão de Luiza Erundina; experiência esta que, segundo a própria filósofa, requisitava um jogo de cintura incompatível com o princípio de autonomia da atividade intelectual, esta sim sua vocação declarada. Distante do Executivo, não deixou porém de atuar como conselheira e porta-voz dos ideais emancipatórios e democráticos dos diversos movimentos de esquerda.
Como se não bastasse, sua pesquisa acadêmica, voltada à filosofia de Espinosa e de Merleau-Ponty, marcada pela interpretação austera dos textos, pelo respeito filológico ao “espírito de letra” dos pensadores, conquistou o reconhecimento nacional e internacional. Distinções como a Ordre des Palmes Académiques, conferida pela Presidência da República francesa (1992), e os dois títulos de doutorado honoris causa, um pela Universidade de Paris 8 (2003), outro pela Universidade de Córdoba (2004), são exemplos que por si testemunham o alcance notável de sua produção.
Sim, claro, existem os críticos de seu trabalho. Mas, infelizmente, poucos merecem ser ouvidos ou lidos. Dizemos infelizmente, porque o primitivismo e a esterilidade de grande parte dessa crítica confirmam a precariedade intelectual de nossos debates, de nosso atual estado de coisas. A tais críticas, que tão logo expoem suas fissuras de raciocínio, caberia apenas o riso da indulgência não fosse o espaço midiático que ocupam, não fosse a agressividade de suas manifestações, o preconceito, o ressentimento e o desvirtuamento rasteiro; as atitudes lamentáveis que afinal determinam o modus operandi de uma parcela da direita brasileira.
Na entrega do honoris causa pela Universidade de Paris, disseram: “Para alguns, a filosofia é uma carreira universitária. Para outros, mais raros, ela é um combate. Era, certamente, o caso de Espinosa. E é também, sem dúvida, o de Marilena Chaui”. Talvez isso explique a resistência e a polivalência da pensadora em um país com tantas
adversidades. Talvez isso justifique também o espírito enérgico pelo qual manifesta suas convicções na educação, na política, em sua pesquisa acadêmica. Mas o segredo maior parece ser o apreço pelo tempo necessário à reflexão. Na mesma cerimônia, Claude Lefort lembrou que a eloquência e a rapidez de sua inteligência não ocultam paradoxalmente o traço que melhor caracteriza a filósofa: a paciência do pensamento.
Marilena prepara atualmente o segundo volume de A nervura do real, continuação de sua obra sobre política em Espinosa. Nesta entrevista, concedida à CULT, a filósofa fala sobre a atual crise financeira, a popularidade do governo Lula, a inclusão da filosofia no ensino médio e também sobre sua trajetória de vida.
CULT – Diante desta crise financeira, a senhora acredita que estamos vivendo um momento histórico privilegiado para a reorganização da esquerda, para a reavaliação de seu conteúdo programático, para novas formas de mobilização popular? Ou a oportunidade será absorvida pelo redemoinho ideológico do liberalismo, agora em versão “light”, de caráter mais keynesiano?
Marilena Chaui – Penso que as duas possibilidades estão dadas. Considero este um momento privilegiado, pois o fim do neoliberalismo (e não do capitalismo, claro!) abre um campo de reflexões novas para a esquerda e, uma vez que as atenções da economia e das políticas governamentais se voltam novamente para a esfera da produção e do trabalho (aquilo que significativamente os economistas agora chamam de “economia real”), também se abre um campo para práticas de classe por parte dos trabalhadores, assim como se torna possível o reaparecimento de movimentos sociais dirigidos aos direitos econômicos, sociais e políticos.
Pois está colocada em questão a operação própria do neoliberalismo, qual seja, a de dirigir todos os recursos públicos para os interesses do capital, levando à privatização dos direitos sociais, ao transformá-los em serviços privados a serem adquiridos no mercado. O pensamento e a práxis se abrem porque a percepção da irracionalidade do mercado desmantela a crença em sua suposta racionalidade autônoma, crença que durante 30 anos assegurou a hegemonia ideológica do chamado “pensamento único”.
Ou seja, quando se fala em “economia real” para se referir à esfera da produção, o que se anuncia é a retomada da discussão do núcleo do modo de produção capitalista, isto é, o valor produzido pelo trabalho, e havia sido justamente isso que o monetarismo neoliberal julgara ter liquidado para sempre ao supor que poderia tratar o capital como moeda e não como resultado do processo de trabalho.
Sem dúvida, a abertura do tempo histórico será um processo longo e difícil e por isso mesmo, a curto prazo, irá prevalecer a tentativa de um neoliberalismo moderado, temperado com idéias keynesianas. Porém, o simples fato de vermos os governos e partidos de direita propondo medidas de cunho social-democrata já indica os limites da tentativa de manter o capital financeiro na direção da economia. Além disso, observa-se que as medidas econômicas e políticas colocam novamente na cena a figura do Estado nacional, que o “pensamento único” e a chamada globalização haviam decretado extinto.
Em outras palavras, não é tanto a figura do Estado nacional que importa aqui e sim o fato de que com ele reaparece a figura da sociedade civil, na qual se dá a luta de classes, que o neoliberalismo também considerava extinta. Não se trata de um retorno à situação anterior ao neoliberalismo – essa é a crença da direita, ao tentar dar um jeito numa política neoliberal com pitadas social-democratas – e sim de algo novo que, como tal, suscitará um pensamento novo e uma práxis nova. Em suma, o neoliberalismo, dirigindo os fundos públicos exclusivamente para o capital, se caracterizou pelo encolhimento do espaço público republicano e democrático e pelo alargamento do espaço privado dos interesses de mercado; seu fim, portanto, pode significar a reabertura do espaço público e o encolhimento do espaço privado.
CULT – A senhora disse que o governo atual “não é o governo dos nossos sonhos, não é exatamente da esquerda”, que não teria o perfil de esquerda. Considerando, portanto, essa ambiguidade ideológica que se reflete na própria agenda do governo, a senhora acredita que políticas assistencialistas, além do carisma e da identificação popular do presidente, são suficientes para explicar sua boa avaliação?
MC – Sim e não. Sim, porque num país em que o corte de classe sempre definiu os governos, isto é, em que as políticas voltadas para os direitos sociais, políticos e culturais de todos os cidadãos nunca foram desenvolvidas ou, quando o foram, nunca foram prioritárias, em que as carências da maioria da sociedade sempre foram ignoradas em nome dos privilégios da minoria, as ações deste governo instituem práticas de inclusão sem precedentes na história do Brasil e, em grande parte, são responsáveis pela avaliação positiva do governo.
Não, porque a avaliação positiva do governo perpassa todas as classes sociais, indicando que há aprovação de outras ações governamentais, além daquelas voltadas para a transferência de renda e inclusão social; há aprovação da política externa, marcada pela independência, do PAC, da maneira como o Brasil sofrerá menos que outros os efeitos da crise financeira etc.
Penso também que é preciso dar um basta à tentativa de caracterizar o governo e o presidente da República como populistas. O populismo (tal como concebido pela sociologia brasileira, já que o conceito não é homogêneo para todas as sociedades) é a política da classe dominante para exercer o controle sobre as classes populares e/ou sobre a classe média tanto por meio de concessão de benefícios pontuais quanto por meio da figura do governante como salvador e protetor.
Ora, todos esses traços estão ausentes no governo Lula: o atual presidente da República não pertence à classe dominante, não concede benefícios pontuais e sim assegura a instituição de direitos com os quais se institui uma democracia, consequentemente, a figura do governante não tem a marca da transcendência, necessária à dimensão salvífica e protetora do dirigente não democrático.
Aliás, um dos pontos mais caros à mídia, que serve como ponta de lança nos ataques dirigidos ao presidente, é exatamente sua condição de classe: um operário sem diploma universitário, que não fala várias línguas, que comete gafes em situações de etiqueta e cerimonial etc. Ou seja, a mídia entra em contradição consigo mesma quando junta populismo e presidente operário sem diploma universitário.
CULT – O aumento das vagas nas universidades públicas – em si mesmo é algo positivo – tem sido alvo constante de crítica ao governo Lula. A senhora acredita que se possa fazer justiça social na universidade?
MC – Novamente, sim e não. Sim, porque num país feito de desigualdades e exclusões como o nosso, calcado na ideia e na prática dos privilégios de classe, afirmar que o ensino superior não é privilégio de classe e sim um direito de todos é afirmar a cidadania democrática, pois a democracia não opera com privilégios e sim com a igualdade dos direitos. Não, porque a justiça social tem de ser definida, primeiro, pela redistribuição da renda nacional porque sem a igualdade material dos cidadãos não se consolidam as outras formas da igualdade; por enquanto, as políticas de inclusão operam com a transferência de renda e não com a redistribuição dela…
CULT – Quando as pessoas perguntam “qual a utilidade, para que filosofia?”, deixam entrever uma concepção exclusivamente instrumental do conhecimento, concepção esta que é desmentida pela própria história da filosofia. Parece que a filosofia, ao contrário da matemática e da biologia, precisa continuamente legitimar seu direito à existência. Apesar disso, existiria uma dimensão instrumental, “funcional”, da especulação filosófica, que justificaria sua implantação curricular no ensino médio? De que maneira a filosofia pode hoje fornecer respostas concretas para o enfrentamento de problemas sociais urgentes?
MC – É conhecido o ditado: “A filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Ou seja, não serve para coisa nenhuma. O “para quê?” indica que tendemos a considerar o conhecimento de um ponto de vista instrumental como um meio e não como um fim e, como não se vê qual a instrumentalidade da filosofia, decreta-se sua inutilidade. Certa vez, perguntaram a um filósofo: para que filosofia? Ele respondeu: para não darmos nosso assentimento às coisas sem maiores considerações. Ou seja, a atitude filosófica se inicia quando desconfiamos da veracidade ou do valor de nossas crenças cotidianas, desconfiança que surge, sobretudo, no momento em que nossas crenças, nossas ideias, nossos valores parecem contradizer-se uns aos outros. A filosofia é uma interrogação sobre o sentido e o valor do conhecimento e da ação, uma atitude crítica com relação ao que nos é dado imediatamente em nossa vida cotidiana, um trabalho do pensamento para pensar-se a si mesmo e da ação para compreender-se a si mesma.
Por isso, vou dividir minha resposta em duas partes. Pelo que eu disse, é óbvio que não penso que o estudo da filosofia no ensino médio deva ser tomado como algo “funcional”, uma vez que a noção de funcionalidade implica, por um lado, a adequação a algo já dado e, de outro, o instrumento que melhora a operação disso que já está dado. Esses dois aspectos da funcionalidade contrariam o núcleo do ensino da filosofia, qual seja, o desenvolvimento da capacidade crítica e o não-conformismo com o que está dado. Ou seja, a funcionalidade faz supor que o mundo dado, a sociedade dada, a cultura dada são naturais e que seus problemas são desajustes de um funcionamento que precisa ser consertado por alguns ajustes pontuais. Mas a filosofia leva o estudante a indagar, antes de mais nada, se o dado é “natural” (o famoso “é assim mesmo”) ou se foi instituído pela ação humana, e se os problemas não exigiriam uma reflexão sobre sua gênese, suas causas, em vez de um ajuste.
Passo, então, à segunda parte de minha resposta. O que caracteriza a sociedade contemporânea, sob os efeitos do neoliberalismo, é a desigualdade num patamar jamais visto, dando origem à violência generalizada: não apenas o estímulo ao estado de guerra permanente entre nações, mas também a chamada guerra civil tácita entre os diferentes grupos sociais de uma mesma nação, além do individualismo exacerbado ou da competição mortal na busca do “sucesso”. Também caracteriza a sociedade contemporânea, sob os efeitos das tecnologias de informação, a fragmentação do espaço e do tempo, isto é, o espaço e o tempo são a tela (do computador, da televisão, do celular), tela sem profundidade, que reduz o espaço ao “aqui” e o tempo ao “agora”; todas as experiências são vividas como efêmeras e fugazes, sem passado e sem futuro. Essas características da sociedade contemporânea colocam questões que, além de políticas e econômicas, são filosóficas: a violência abre a interrogação sobre a ética e a política; a fragmentação do espaço e do tempo abre a interrogação sobre o sentido das ciências, das técnicas, das artes e da história; o privilégio da imagem (que é sempre instantânea e imediata) abre a interrogação sobre o sentido da cultura, isto é, da ordem simbólica da linguagem e do trabalho, que é uma ordem de mediações e de capacidade humana para lidar com o ausente e o possível. Certamente há como interessar os alunos por essas questões. Vale a pena levá-los a interrogações que lhes permitam uma primeira compreensão crítica das condições efetivas de suas próprias vidas.
CULT – A senhora sempre afirmou a centralidade da história da filosofia para os estudos filosóficos. Atualmente, alguns professores têm defendido que a formação dos estudantes e docentes de filosofia, mais do que ensinar a história, deveria dar-se por um treinamento do ato de pensar. Como a senhora vê a questão hoje?
MC – Houve um momento na história da filosofia em que se afirmou que não havia temas ou assuntos filosóficos e por isso não se poderia ensinar filosofia e sim ensinar a filosofar. Ou seja, considerou-se que a filosofia não possuía objeto próprio e não poderia, portanto, ser um saber transmissível, pois não haveria o que transmitir. Falo de um momento da história da filosofia justamente para deixar claro que é nela e com ela que podemos compreender porque alguns julgam que a filosofia poderia ser um treino do pensamento sobre qualquer objeto. Como você vê, precisamos recorrer à história da filosofia para entender posições acerca do ensino da filosofia. Por que a centralidade da história da filosofia? Em primeiro lugar, porque ela nos protege do risco de imaginar que estamos inventando a roda: há uma história de construção e transformação dos conceitos e não se pode supor que nosso pensamento esteja, a cada vez, partindo do zero. Em segundo lugar, porque nos protege do “achismo” ou do “eu acho que”, pois ela nos coloca no campo do embate entre teorias, entre formas sistemáticas de exposição e interpretação e não diante de um confronto entre opiniões injustificadas.
Todavia, não são esses dois aspectos que conferem centralidade à história da filosofia e sim os três principais ensinamentos que ela nos dá. Ela nos mostra, em primeiro lugar, como e por que as questões discutidas por um filósofo são suscitadas pelos problemas de seu tempo; ou seja, ela enraíza a filosofia na história, revela uma filosofia como expressão de uma sociedade e de uma cultura, ensina que a atividade filosófica é o trabalho para interrogar e compreender o presente, dando-lhe respostas para que ele se compreenda a si mesmo.
Além disso, em segundo lugar, a história da filosofia nos faz ver que a filosofia é um trabalho do pensamento e que uma filosofia se exprime numa obra, ou seja, ela pensa e diz o que ainda não foi pensado nem dito e que, sem ela, não seria pensável nem dizível; ela interpreta o passado filosófico, interroga o presente cultural e abre um campo para o pensamento futuro, de maneira que ela nos insere em nosso próprio presente, quando somos capazes de apreender, simultaneamente, o que ela pensou e o que ela nos dá para pensar para além dela.
Dessa maneira, em terceiro lugar, a história da filosofia nos ensina algo essencial sobre as obras de pensamento e as de arte: cada obra, ao enfrentar seu passado e seu presente, desloca, descentra e modifica o sentido do que já foi pensado, dito e feito num pensamento, num discurso e numa ação novos. Esta novidade decorre, no pensador e no artista, da percepção de uma falta no que já havia sido pensado, dito e feito, mas também da percepção de que há um excesso de significação nas obras passadas e que não foi explicitado por elas e que as obras presentes explicitam; porém, se uma obra de pensamento ou de arte recolhe o passado e abre um futuro, é justamente porque nela também há um excesso de sentido, algo que ela própria não pensou, não disse e não fez e que os pósteros pensarão, dirão e farão graças a ela, a partir dela e, frequentemente, contra ela. Penso que a história da filosofia nos ensina aquilo que Merleau-Ponty diz ser próprio de uma obra quando é grande: sua grandeza não é dada por sua eficácia e sim por sua fecundidade, por sua força para suscitar outras obras.
CULT – Como está a inserção da mulher no meio filosófico brasileiro? Ainda há o machismo que a senhora denunciava nos anos 1970/80?
MC – O indiscreto charme do machismo permanece, embora haja uma presença feminina considerável na docência e na pesquisa em filosofia.
CULT – Tomando a liberdade de lhe perguntar por preferências pessoais, que filósofos a senhora lê atualmente, além, evidentemente, dos clássicos? E na literatura?
MC – Como considero Merleau-Ponty, Sartre, Deleuze, Foucault, Wittgenstein, Hannah Arendt e Bento Prado clássicos, acho que só leio os clássicos! Na literatura: Drummond, Pessoa, Walt Whitman, Shakespeare, Saramago, Guimarães Rosa, Orides Fontela, Rubens Rodrigues Torres, Borges. E, em grande quantidade, romance policial e ficção científica.
CULT – A senhora começou a trabalhar muito jovem e em uma profissão que exige muita dedicação. Como conseguiu conciliar a carreira com a criação dos seus filhos?
MC – Foi muito difícil e, talvez, mais difícil para meus filhos, que nasceram quando eu tinha 24 e 26 anos e estava iniciando minha vida acadêmica numa instituição que praticamente desconhecia a presença de mulheres e impunha espontaneamente um padrão de atividade sem dupla jornada de trabalho. A dupla jornada de trabalho, sobretudo numa cidade complicada como São Paulo, foi extenuante, pois, durante alguns anos (até 1972, pelo menos), o trabalho intelectual era entrecortado pelas atividades domésticas e pela condição de mãe. Mas tive a ajuda inestimável de minha mãe e de meu pai, particularmente nos períodos em que escrevi minhas teses e, depois, também a de meu companheiro, quando passei a fazer intervenções públicas no campo da política e da cultura. Além disso, meu companheiro e eu pertencemos à geração de 68, de maneira que a divisão social/sexual do trabalho foi, pouco a pouco, substituída pela cooperação e ajuda recíproca, isto é, a crítica do machismo se deu na prática e não somente na teoria.
CULT – Como vive a experiência de ser avó?
MC – É a experiência da imortalidade e da eternidade.
CULT – Para finalizar, como é ser considerada a maior intelectual do país? É pesado? Existe muito ressentimento?
MC – Não posso responder a essa pergunta! Não me acho a maior intelectual do país!
(8) Comentários
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Esse pessoal “de esquerda” não toma jeito!
Na Europa o tal “socialismo” está cada vez mais em declínio porque nunca conseguiu produzir uma economia próspera e estável. O Gramsci é coisa do passado…
Na Russia os antigos intectuais e os militantes estão desempregados. Aqui no Brasil …Haja promessas!!!
Sobre o comentário de Luiz Gonzaga:
Um sem número de referências poderiam ser mobilizadas para questionar a sua posição. Contudo, é preciso começar pelo mais simples.
Você diz: Na Europa, na Rússia, sugere que poderíamos acrescentar ainda, nos Estados Unidos.
Eis aí um exemplo de um pensamento sedentário. Um pensamento que recusa a multiplicidade subscrevendo modelos prontos. É evidente para todos: deixar os intelectuais e militantes desempregados representa um avanço que não devemos deixar de importar.
Minha admiração por Marilena Chaui está muito relacionada com a força com que ela sempre combateu a ignorância. Um combate profundamente socrático, no qual o convencimento é inimigo da persuasão.
Quem foi aluno de Marilena aprendeu que pensar é um exercício da autonomia da razão e não a repetição mecânica de qualquer dogma.
Discordo de você, Luiz, acho bom que a Marilena ainda esteja empregada (alias, pena que esteja se aposentando), que continue ativa e produtiva.
Marilena Chauí é sem dúvida uma grande personalidade brasileira e Mundial,digna de todo o nosso respeito.
O ponto de fusão que eu não havia entendido, hoje eu o transmito aos que estejam receptivos.
Mário, quando você me disse certas coisas no passado eu não as compreendi e agora mais experiente, talvez tenha melhor compreensão.
Certa vez você me disse que quando eu quisesse casar como iria sustentar esta família. (Vou omitir a resposta que naquele tempo eu te dei)
Mas eu não estava preparado para entender a questão. E isto, mostrou que mesmo assim aprendi com você, pois o fato de eu não ter realmente compreendido me fez compreender como agir com os que tento transmitir algo.
Se eu sonhei e não realizei é porque vivi só no Mundo subjetivo, achei que mais cedo ou mais tarde as coisas se resolviam, se ajustavam e, as duras penas fui levando minha vida e a dos que estavam comigo, de certa forma subjuntivamente, sem encontrar um elo com minha vida objetiva.
Você sempre usou termos filosóficos quando conversava, mas eu não estava à altura de compreender, talvez ainda não esteja, todavia estou um pouco mais receptivo e certamente sei um pouco mais sobre filósofos de barril, Plotino e Platão. Busco alimentar meu sentido através das reflexões e tento agora fazer a fusão entre o Mundo subjetivo e Mundo objetivo, “corrigir erros” e atuar de forma mais dentro da sociedade.
Às vezes parece que “regredimos”, mas nós sabemos que sempre continuamos nossa jornada e sempre estamos evoluindo, mesmo que o final desta evolução seja a dissolução da substancia e o fluir da “energia”. Isto não importa, tenho a impressão de que o importante é compreendermos cada vez mais o que somos e como nos relacionamos com toda a matéria de que somos feitos e com as demais estruturas que convivemos, visíveis ou invisíveis.
Os ensinamentos dos grandes pensadores mostram de maneira clara que somos muito pequenos para encontrarmos as respostas de várias questões, por isto, a maioria deles acabava falando de sopro divino ou de deus, pois esta é a fronteira onde não temos como responder; Por outro lado se não podemos responder até agora, seria justo deixarmos o vazio?
Pelo que vemos nos livros, Platão transcendeu a realidade que entendemos como natural e se envolveu em um Mundo subjuntivo e especulativo. Sócrates não deixou sua história escrita e nem sabemos se ele não era apenas um personagem de Platão, Aristóteles foi mais objetivo e se preocupou com os sentidos, o que vemos e como vemos e assim por diante; apesar de ter deixado tristes marcas para as mulheres que perduram até nossos dias.
Os sentidos são realmente falhos? Hoje eu acredito que sim, apesar de Hegel dizer o contrário.
O pensamento existe e nós sabemos, pois o praticamos, mas como se forma e de onde vem? Ainda não sabemos, mas estamos nos aproximando da resposta. E, o pensamento não é um sentido, mas uma ação energética. Finalmente, o pensamento é real apesar de invisível!
Muito tempo de história e nós ainda não sabemos quem somos ainda vagamos construindo uma convivência abstrata e ilusória com nosso semelhante, não se fez muitos progressos em pensar a humanidade, o planeta e o Universo desde o tempo de Platão para cá.
De Sócrates até descartes, percebemos que as mesmas idéias eram pensadas, repensadas e organizadas, algo de novo surgia aqui e ali, mas a base era sempre a mesma, além disto, os mais importantes nomes da filosofia chegavam quase sempre no mesmo lugar, deus. Isto se deve ao fato de não termos as condições para avançarmos porque a distancia é longa demais para alcançarmos sós com nossas reflexões; porém o Deus filosófico não é o mesmo deus religioso, apenas a religião se apropriou dos conhecimentos filosóficos para manipular, persuadir, se aproveitaram da “inocência filosofal”.
Invocar a compreensão desta usurpação e travar novo debate contra as doutrinas religiosas é fundamental para o futuro, partindo do ponto aonde os filósofos remotos deixaram.
Hoje, a ilusão tem poderes de manipulação muito vastos, atinge a todos a todo instante e, por isto, não podemos ser Sócrates, mas sim Marx, transferindo nossas opiniões e mostrando caminhos, para que as pessoas consigam pensar novamente, assim ao longo do tempo mais e mais pessoas serão capazes de entrarem neste debate ( qual quer coisa parecida com o Iluminismo).
Sei que nós pensamos e sei que no passado a filosofia pura perdeu suas forças para a filosofia oportunista, não podemos permitir que isto continue assim, o planeta e o Universo a mercê desta ilusão. Somos seres pensantes, capazes e não podemos permitir esta dominação forte que nos acorrenta e nos fazem levar o nosso tempo aqui com aflição do surgir ao dissolver, só para que alguns possam desfrutar dos benefícios tecnológicos criados, quando sabemos que o caminho para os seres talvez fosse outro, outro mais digno e mais coletivo.
Dúvidas, sim muitas dúvidas, pois quando não se domina a matéria por completo sempre haverá dúvidas, mas elas não justificam a ausência de ação. É a eterna luta do bem e o mal e devemos vencer este mal e nos preparar para o próximo mal. ( afinal para que nossa inteligência se não potencializá-la e usá-la)
Todos nós que nos indignamos com a forma com que o tempo de nossas vidas é conduzido pelo sistema, temos que nos entrelaçar em uma rede para lutar e mudar o curso de nossos destinos e o das gerações futuras, não seria este nosso legado? Ou a nossa vasta experiência acumulada irá fluir quando a nossa matéria for dissolvida? E só levamos a batalha da sobrevivência e, praticamente “abandonamos a batalha intelectual,” Será resumido a isto o nosso tempo?
Voce tem respostas e perguntas e eu também e a batalha pela sobrevivência nos consome; de certa forma estas barreiras é que empurraram a filosofia para um porão no tempo onde quase ninguém tem acesso e com isto vedaram as mentes das pessoas como que fosse proibido saber pensar (você pode saber dar aula, você pode edificar construções com concreto, mas não com pensamentos)
Se o bem e o mal são forças inatas e sempre conviveremos com este conflito, não significa que precisa ser neste modelo aonde a ilusão se beneficia em detrimento da razão, onde a maior parte dos seres vivos é manipulada por alguns por interesses fúteis (se o vizinho tem um bom carro quero ter um melhor).
O Universo é imenso e nosso planeta é insignificante dentro dele e nós dentro deste planeta somos mais insignificantes ainda, então o que justifica esta escalada louca por um carro melhor, por este egoísmo e por esta ganância, este é o nosso trilhar agora, mas este é o trilhar que devemos seguir? Alguns com uma vida agradável e a maioria mergulhada em uma depressão profunda, mas ambos só até a morte, o que pode justificar isto?
A vida tal qual nós a aprendemos desde quando nascemos e assim segue até o fim de nosso tempo; pode não ser exatamente como vemos e como nos colocamos diante das coisas; todavia, a partir de quando nascemos nos é embutido os conhecimentos do que é arvore, animais e água. Então começamos a interpretar o Mundo tal quais as experiências nos são passadas ou vivenciadas. Normalmente não percebemos muita coisa diferente uns dos outros, apenas as experiências sensoriais são individuais.
Se for isto que sistematicamente acontece, nós temos uma padronização contínua em como vemos e como nos comportamos.
Então, começamos com esta pergunta “ se é possível que algo venha do nada?
Do modo como vemos e como podemos ver o Mundo, é inconcebível que alguma coisa venha do nada e, portanto resta que tudo tenha vindo de algum lugar, porém alguma coisa sempre existiu? Ou o nosso espaço/tempo é demais pequeno para que possamos perceber na vastidão do Universo, a forja? E se há uma forja que fundiu o Mundo o que fabricou a forja?
Do meu ponto de vista, o corpo é uma substância que é uniformizada pela água, cujo ar que respiramos impulsiona os motores que nos faz pensar e nos movimentar! Então as idéias não são inatas, elas surgem em nós e evoluem conforme com as experiências sensoriais que vivenciamos, mas isto, não é o mesmo que dizer que as idéias surgem do nada, as idéias são formadas em nós por um processo de fusão entre moléculas, eu explico; comparamos-nos com uma fornalha cuja combustão é ar, água e nosso organismo, ou seja, hidrogênio, oxigênio, ferro, hidróxido de alumínio, magnésio e etc… de algum modo nosso organismo atua fundindo os elementos, como uma fundição forja o ferro e, nesse processo, forja-se em nós as idéias por assim dizer.
O fato é que nós somos tão pequenos em relação ao espaço/tempo Universal que parece que somos um vírus, como uma hemácia em uma célula, cuja terra é a célula em um corpo. E se assim for, como podemos desvendar o todo?
Existem muitas perguntas que não conseguimos responde – lãs talvez, os avanços das técnicas e das tecnologias possam ir refinando nossos conhecimentos e quem sabe encontrarmos os caminhos para as respostas. Todavia, neste momento, a ausência de respostas nos coloca no caminho da especulação e da ilusão e, infelizmente muitos que não colocam os óculos da razão enveredem por estes caminhos.
A necessidade da elucidação de como surgiu tudo é a premissa que une os raciocínios desde os tempos remotos. As proposições que servem de base para as conclusões continuam abarcando nossas reflexões e remontam de tempos em tempos nossos conceitos ( o que é agora pode não ser daqui a pouco).
(Neste ponto eu esclareço que não sou muito eloqüente, falta – me objetividade, talvez um dia eu revise este texto e consiga discorrer em uma redação melhor elaborada).
Se nos voltarmos ao processo histórico da evolução da vida e as organizações sociais que foram sendo estabelecidas, veremos que, como Darwin observou, a luta pela sobrevivência exige transformações que impõe como regra simples a lei dos mais fortes e, neste ponto se estabelece um processo de “conquista e conquistados, vida e morte, senhores e escravos”. Porém, mesmo que isto ainda ocorra, tanto para os animais como no processo de acúmulo de riqueza e poder entre as pessoas, mostra que a evolução de Darwin é distorcida, não concerne uma relação de valores materiais, mas sim, de concepção biológica.
Voltando mais um pouco na história, vemos que impérios foram erguidos e conquistados, tribos dizimadas e Deuses foram adorados e desprezados. Os romanos foram conquistadores e também foram conquistados, os Íncas, os Maias e outros tantos povos desapareceram, os Egípcios foram de uma cultura elevada, mas que também não resistiu. Neste ponto é possível compreender que o processo de evolução na pratica, estabelece certas regras que acompanham as leis Darwiana, porém; todos estes fatos que precedem a Darwin conseguem comprovar distorções. A teoria da evolução é vista praticamente como a lei do mais forte e ela não é só isto, ela é a evolução das pessoas, da cultura, da forma para a qual sobrevivemos e da elevação da vida, não do massacre pela força e pela ignorância.
Nós não conseguimos individualmente dominar ás leis da física, da biologia, da astronomia, da geografia, da história e de todo o conjunto de coisas e forças visíveis e invisíveis que compõem nosso Mundo. Mas se nos entrelaçarmos em uma rede e unirmos todo o conhecimento com o propósito de reunir todo o nosso conhecimento para estabelecermos novos conceitos e, talvez novas regras para a nossa sobrevivência, talvez entendêssemos melhor a nós e ao sistema que estamos inseridos, mas isto é utópico demais então sendo mais realista, devemos dar tempo ao tempo.
Os filósofos, cada um em sua época, construíram uma base bem sólida de experimentações sensoriais, Demócrito e seus átomos e vácuo, Platão e seu sistema dual, Hume e o empiricismo, Descartes e o racionalismo. E agora que entendemos um pouco mais e temos mais tecnologias, devemos, portanto, nos preocuparmos em reformular nossos conceitos e nossos sistemas de organização social.
A revolução soviética de 1917, não protagonizou o modelo de sociedade descrita por Marx e a segunda guerra Mundial, mostrou do que somos capazes com o nosso egoísmo e nossa estupidez. Por um lado Marx buscou um modelo de convívio social que garantisse a felicidade da grande maioria e que abolisse a ganância, o egoísmo e a ilusão, se é que isto é possível? Por outro o nazismo mostrou a face da crueldade e gananciosa do ser humano.
Para Huxley, a sociedade do admirável Mundo novo esta no fato do avanço tecnológico, nos dispositivos de persuasão que o dirigente do planeta dispõe para controlar a sociedade. (queremos ser controlados e será que já somos controlados?)
E nós, ao olharmos o livro da história e percebemos que ele esta deturpado, que uma grande mentira nos foi contada e que vivemos boa parte de nossas vidas em busca de ilusões, ficamos perplexos e inertes? Ou tentamos usar o nosso conhecimento na tentativa de alterar o que pudermos?
A transmissão do conhecimento deste estado de coisas, o que é e o que achamos que deveria ser é uma opção válida? De certo modo sim, fazer reflexões é importante, mas, igualmente é colocá-las em prática e isto Karl Marx o fez bem.
O bem e o mal estão sempre presentes na história conhecida e este antagonismo é o gás, por assim dizer, que alimenta nossos sentidos, talvez este antagonismo deva sempre existir, mas não podemos deixar que uma se torne proporcionalmente muito superior a outra. Este desequilíbrio se mostra negativo e insuportável. Provavelmente este desequilíbrio esteja ocorrendo agora já que desde o início da revolução industrial até nossos dias, vivemos moldados pelo poder econômico e pelos seus interesses, os quais usam todo tipo de manipulação para nos manterem sob seu controle. E, isto considerado mal, pois me privam de usufruir dos benefícios construídos pela humanidade, além de nos impedir de enxergarmos livremente e decidirmos o nosso destino.
Isto nos leva a dois caminhos, por um lado investir em formas de mudança estrutural e por outro, a submissão aos julgo dos dirigentes atuais. É por esta consideração que acredito na capacidade do conhecimento transformador.
Continua. João Vila Nova em: carta ao irmão
Hoje falamos de globalização que é uma espécie de fusão. Mas, em tempos remotos, quando os seres não conheciam as forças da natureza e as experiências sensoriais eram extremamente ligadas ao místico e a razão era refém da mitologia, o Mundo desencadeara um processo ilusório para justificar os acontecimentos que não podiam compreender. Não sabiam se quer a existência de outros povos mais distantes.
A mitologia, com pégaso, dragões alados que cospe fogo, caixa de pandora da deusa Afrodite e, Lilite que persuadia crianças (Lilite, segundo a mitologia foi a primeira mulher de Adão e que brigou com ele porque queria ficar por cima nas relações sexuais), faziam parte de como olhavam para o Mundo e criaram seu modo de vida; estes inventos conduziam o comportamento social da época tal qual a religião nos conduz hoje.
Mas, as contradições neste modo de comportamento fizeram com que aguçasse a razão e ela, buscando um sentido para tudo foi moldando a realidade, não era mais concebível acreditar em cavalos que voam nem em dragões; porém, destas fantasias mitológicas os deuses, que foram reduzidos a um só deus, resiste até hoje. Não é concebível, em nossos dias, acreditarmos mais em milagres, superstições e solos sagrados, a nossa razão atual não permite mais, como no período mitológico, a crença no improvável.
Mário, ao ler este texto, verá repetições e um vai e vem no tempo em uma espécie de confusão histórica, isto porque tratasse do mesmo assunto e, porque não tenho técnica alguma, portanto a mistura histórica e os pensamentos filosofais fazem parte do entrelaçamento da existência. Mas também é possível para um leigo decorar mais facilmente.
No século XVIII, um movimento denominado Iluminismo iniciou- se na França e lutou, sobre tudo, contra o poder do rei e da igreja e este movimento alterou muitos conceitos no modo de vida na época. Coisa similar é que penso que deveria acontecer neste momento.
Se visões como a de Newtom e a “organização filosofal” de pessoas como Voltaire, Rousseau e tantos outros puseram em prática o pensamente filosofal e científico com o racionalismo, nós somos capazes de também encontrarmos caminhos para depor contra as regras atuais!
A globalização vem sendo imposta dos poderes concentrados para todos nas sociedades, como uma espécie de visão unilateral; porém a globalização torna-se necessária. É através deste modo de pensar que podemos globalizar o conhecimento e usar isto como arma de transformação e não permitir que uma globalização perversa e gananciosa onde não haverá espaço para todos. Portanto, precisamos dos Marxs, dos Platões, dos Joãos, dos Mários, das Fernandas e das Leidianes.
A cada ação uma reação assim nos diz a lei da física. Se queremos ser felizes, evoluir e ter opções interplanetárias no futuro, devemos nos preocupar com nossos atos.
Nosso planeta esta reagindo as nossas ações e não sabemos ao certo o que estas ações implicaram para a nossa sobrevivência. Todavia, não devemos ter uma visão tão apocalíptica como Nostradamus, acho que as ciências e a própria razão, são capazes de nos oferecer extratos para continuarmos, porém quem continuara é meu filho, seu filho ou alguns privilegiados?
Concerne então falar sobre uma discussão do que estamos fazendo e onde queremos chegar. Ao olharmos por um telescópio, percebemos um futuro diante de nós, viagens interplanetárias através dos buracos de minhocas ou através da desmaterialização ou ainda encurtando o tempo em curvaturas no espaço quem sabe?
Podemos acreditar na inteligência e na capacidade construtora do pensamento.
O futuro esta no tempo/espaço e é uma questão da razão perceber o caminho certo, por mais ambíguo que seja este momento, a capacidade da razão e dos sentidos trará à consciência, o caminho que será seguido para a preservação da espécie.
No fundo, nós estamos passando por um período de abstração intelectual e certamente iremos nos redimir! Ou então teremos que acreditar em Nostradamus?
O filósofo não aceita facilmente que um Deus tenha criado tudo, pois Deus também teria de vir de outra coisa e é justamente neste ponto que precisamos estudar mais, porque é neste ponto que por ausência de resposta que surge o espaço para ilusões e oportunismos. Não é concebível também aceitar a argumentação de que a ciência e a filosofia tentam trilhar caminhos proibidos ou que estejam brincando de deus, pois tanto a ciência quanto a filosofia não sabem sobre a existência de um deus, bem como as religiões e, que apenas para a razão compete buscar a verdade.
Não sabemos do futuro e o passado é deturpado e cheio de incertezas, mas que também pouco se sabe sobre ele, a exemplo de que a principal pergunta do passado continua sem resposta a de onde viemos? Somos seres sem identidade por assim dizer.
Voltando a analisar a história, estamos estudando o período cretáceo cujas informações que dispomos nos remetem a um tempo em que os dinossauros são quem reinavam pelo planeta e o ser humano estava, digamos, gatinhando e não dispunha do domínio dos elementos naturais; neste período a lei de Darwim deve ter prevalecido, pois não devia ser fácil sobreviver, mas é fácil sobreviver agora?
Neste momento não temos dinossauros, mas temos um sentimento muito egoísta que mata mais que um dinossauro. Se olharmos para a guerra no trânsito, os conflitos étnicos e o preconceito, estes conflitos devem matar mais do que os dinossauros em sua época.
Todos nós vimos os atentados às torres gêmeas em 2001 e milhares de vidas foram tiradas, mas a história que nos contaram sobre o motivo é verdadeira? Ou foi forjada pela geopolítica dos Estados Unidos? Todavia, isto é um dos tantos motivos que mostra como não é muito fácil sobreviver também hoje.
John Kennedy, Ernesto Guevara( o Che),John Lennon e Martin Luterking e muitos outros, foram mortos pela mesma geopolítica dos Estados Unidos!
Michael Jackson e Elvis Presley foram mortos por interesses econômicos.
No Brasil, de 1964 até 1984 muitos foram mortos pela ditadura, Carlos Lamarca, Marighela e vários outros que lutavam contra a opressão e a submissão que era imposta ao Brasil pelos interesses internacionais, sobre tudo dos Estados Unidos.
Bem, todo este texto confuso é como eu penso e se você não concordar é porque estou atingindo meu propósito, que é o de fazer você pensar!
A minha filosofia é baseada em que a palavra Deus é expressa para nos dizer sobre um conhecimento que ainda não sabemos, mas que saberemos no futuro!
Você plantou sementes de ilusões em meu coração,
Quando formou um jardim, você não o regou
Matando assim todos os botões de meu amor
Mas Restou um que nunca morre,
E que um dia se abrirá
Para um novo amor entrar
E desta vez não vou me enganar
A lição foi dolorosa
Mas valeu apena experimentar
Agora vivo na esperança de um novo jardim formar
Sem espinhos e sem bichinhos
Para uma eternidade durar
Esta poesia eu fiz em 1980 e ganhei um dicionário Aurélio da profª de português.
João Vila Nova em: carta ao irmão 2011.
Meus textos são certamente carregados de moral, mas o que é a moral?
Hoje eu fico indignado com certos acontecimentos; minha indignação se da pelo conflito de gerações e de moral, o que para mim é repugnante, talvez seja visto como comum para as gerações subseqüentes a minha.
Sócrates acreditava em regras eternas que ditavam o comportamento humano. Hoje sabemos que estas regras as quais Sócrates se referia, não são inatas aos seres humanos, nem são leis Universais e permanentes.
Como os sofistas pensavam; elas são moldadas de cidade para cidade e de tempos em tempos.
Então, certo mesmo para nós é que o Universo é permanente e todas as outras matérias físicas e não físicas fluem. Mas, fluir significa que pode ser que se mescle ao ambiente e pode retornar?
A moral flui e é por isto que de tempos em tempos nosso comportamento muda. Surgem novos conceitos, novos modos de comportamento e de pensar nossos valores.
Para Reich, a sexualidade tem uma importância considerável no comportamento humano e que através da sexualidade se consegue um equilíbrio e um prazer que se relaciona diretamente com o comportamento social.
Os animais instintivamente se relacionam sexualmente e, nós humanos, colocamos alguns tabus nesta questão. Para os animais a sexualidade é “pura preservação” e também é para nós.
Wihelm Reich, um grande psicanalista contemporâneo pensador e merecedor de nosso respeito, porém não foi muito feliz em suas reflexões, todavia trouxe sua colaboração à sociedade.
Reich entendia que como conseqüência dos conflitos de poder que se estabelecem nas relações sociais, estava relacionada ao gênese da neurose.
De qualquer modo refletir sobre o tema sexual é mais um atributo daqueles que estão preocupados com a forma que vivemos.
Tivemos outros que também enveredaram pelo estudo do comportamento humano como Sigmund Freud, Thomas Moore e Karl Marx e também Gandhi. Todos estabeleceram conceitos calculados em análises aos pensadores anteriores a eles e nas reflexões de seus períodos históricos.
Em nosso tempo, podemos refletir tempos passados, atuais e conjecturar sobre o futuro. Isto é possível, porque avançamos muito no campo tecnológico e, de certa forma podemos fazer certas projeções futuras. “Digamos que podemos olhar o futuro pelo telescópio”. Então quem sabe projetarmos uma nova ordem para nosso comportamento?
As escavações em Marte começaram já faz alguns anos. No inicio das escavações algumas pessoas morreram, Então os estudiosos de todo o nosso planeta enveredaram-se em entender o ocorrido. Então descobriram que se tratava de um elemento químico que não era conhecido por nós.
Com o domínio deste elemento, os técnicos souberam que ele elevava à capacidade de velocidade das nossas naves em mil vezes a velocidade da nave Challanger, que foi aposentada na década de 2011, há 66 anos.
As cidades que foram construídas na Lua, já são auto-suficientes e bem evoluídas em relação às cidades terrestres.
Em Plutão, os robôs também encontraram alguns elementos não conhecidos e estão trazendo para os laboratórios interplanetários para analises.
A sobrevivência na Terra esta muito difícil, os recursos naturais estão muito escassos e a tecnologia de suprimento não consegue atender toda a demanda e não resolve outros problemas como a escassez de água.
O plasma enriquecido é o principal alimento humano e, os vírus e as bactérias, foram atenuados, depois que os laboratórios provocaram uma catástrofe ao modificá-los com propósitos escusos.
Neste período os telescópios modernos enxergam milhões de anos-luz em todas as direções, eles já enxergaram a anti-matéria, os buracos negros e outros Universos, porém em nenhum lugar acharam Deus!
Nada disto eu vi, pois não fui ao futuro, mas não significa que eu não possa pensar sobre ele?
A proposição é não o que acreditamos e sim o uso da razão para pensar objetivamente e logicamente.
É possível que quando estamos escrevendo, o texto saia correndo, fugindo para não ser lido e, queira ficar escondido em algum lugar da memória do escritor?
Talvez seja por isto que escrevemos, para compartilhar com mais pessoas o que pensamos e esperamos que muitos leitores, analisem e façam reflexões que colaborem de alguma forma com a evolução.
“Nós temos muito a fazer;
Precisamos auxiliar a juventude a enxergar á realidade, a maioria anda perdida. A maioria não questiona apenas aceita.
Precisamos passar todas as informações que dispomos sobre política, alienação, história, filosofia e outros.
Nós temos muito a fazer;
Não podemos permitir que o cenário mundial continue este; carregado de paradoxos, de injustiças sociais, conflitos étnicos, violências diversas nas cidades e nos campos. Aonde os objetivos se invertem conforme interesses dos que dispõem do poder. Aonde as religiões esmagam a esperança e as ciências, com seus propósitos escusos.
Nós temos muito a fazer;
O Universo é imenso para nos limitarmos ao simples interesse de acumulação de matéria terrestre ou dogmas improváveis das religiões. Temos muitas pesquisas para realizar, muitos caminhos passados e futuros a andar, para muitas respostas encontrar e quem sabe, assim, descobrirmos o propósito de nossas vidas ou tempo. Além de buscarmos resgatar todo o tempo que foi perdido vivido em função de um grande engodo proferido pelas religiões.
Sem preocupações de estabelecer mais provas sobre esta grande piada bíblica, pois é mais que suficiente sabermos de todas as atrocidades acometidas pelas religiões desde os primórdios da história conhecida e das provas irrefutáveis dispostas em farto material de pesquisas, relatadas em livros e ensaios técnicos científicos de longa data.
Nós temos muito a fazer;
Pois; cada um de nós que entendemos que o processo tecnológico e as ciências como um todo, devem seguir livres em suas pesquisas pelo bem de toda a humanidade, deve se manifestar com os meios que tiver e para quem se interessar para o fortalecimento das liberdades e a decadência das religiões e outros meios de “alienação”.
Aristóteles entendia que a mulher era o solo que fazia germinar a semente que vem do homem e que esta semente já possuía todas as características do ser.
Hegel acreditava que a formação da mulher ocorre mais pela vida e por como principio a unidade vaga do sentimento, ao contrário do homem que só chegam à sua posição à custa de muito pensar.
Platão também já havia se referido as mulheres em torno de 400ac e, tratou a mulher com igualdade, dizia que a mulher tem a mesma razão que o homem, só precisava ser libertado das responsabilidades do lar e ter as mesmas condições de formação que tem os homens.
Penso que a mulher vem de um confinamento de milênios o que retardou muito a sua evolução e, que hoje elas estão em um ritmo bastante acelerados e em breve estarão em iguais condições com o homem. E, neste momento, ambos estão fazendo experimentações não naturais, por assim dizer, o sexo de homem com homem e de mulher com mulher não reproduz a espécie, homem com homem não será pai e mãe e mulher com mulher também não, não enquanto a tecnologia não evoluir e conceber meios para isto.
Este desvio de conduta ou distorção que é como vejo esta situação sexual agora, talvez esteja acontecendo por influencia da mídia e por razões psicológicas ( frustrações, incapacidades, obscuridade e educação). Todavia, isto esta mudando nosso modo de ver e nosso comportamento. Talvez, nisto também podemos dizer que o que é hoje para a razão e para os conceitos morais, possa não ser em outros tempos?
Freud percebeu que a relação dos prazeres humanos são inibidos e “recolhidos” por nós desde o que ele chamou de Id e pelo resto de nossas vidas, isto por causa de nossos conceitos morais e, isto se transformou no que ele chamou de super ego. Mas isto pode justificar o nosso comportamento atual em relação, entre outros comportamentos, o sexual?
A organização social chegou a um ponto, independente de conceitos morais, tradicionais e culturais e até anti-culturais que se somam em uma escalada rumo ao futuro. Muitos conceitos e teses foram colocados a prova e não se sustentaram na mudança de comportamento humano. Este momento, Mário me mostra que a queda de muitos conceitos está acontecendo, só não esta muito claro o que vem para substituí-los.
Nós somos parte deste processo e é fundamental que “cravemos” nosso conhecimento para corroborarmos com estas mudanças. O nosso conhecimento somado aos demais moldam a sociedade.
As agitações por democracia no Iemem, Egito, Líbia e em vários outros Países; a recessão nos Estados Unidos, os distúrbios na Inglaterra, o tsunami no Japão, o desgelo na Antártida, são sintomas de alterações que mostram a necessidade de mudança no comportamento humano.
De algum modo este comportamento ira mudar e nós iremos nos adaptando ao meio seja quais forem as condições.
As raízes do tempo não são visíveis e nossos projetos são sempre determinados por períodos curtos. O tempo e o espaço natural estabelece certas leis que ainda não dominamos em sua totalidade e o nosso tempo de vida é muito curto o que torna difícil projetos de longa duração, com o tempo tudo se corrói.
Projetar meios para a manutenção da vida e de evolução na utilização de nossas técnicas é primordial para a sobrevivência.
Após atravessar pelo tempo, a odisséia terrestre continua sua jornada a caminho do futuro com a tarefa de sobreviver a esta difícil jornada para expandir seu espaço.
A conquista do espaço é o projeto que vem se desenvolvendo e, neste rumo muitas questões vão se apresentando para nós.
Não somos capazes de atravessarmos nossa galáxia e existem muitas forças no Universo que não controlamos, também existem muitas matérias que não conhecemos.
Como saber o que existe no espaço? Que elementos irão ser encontrados?
A astronomia esta aprofundando seus conhecimentos e a tecnologia esta fornecendo meios para alimentar esta procura pelo conhecimento.
Os projetos para o futuro passam por estes estudos apoiados pelo conhecimento de diversas áreas e neste caminho para o futuro, talvez encontremos as respostas do passado.
Será estranho se descobrirmos que existe outra forma de vida no Universo. As possibilidades na astrofísica estão sendo estudadas e aos poucos vai evoluindo, porém retorno a este campo depois.
Quero retornar as bases históricas a uns dois bilhões de anos quando a terra estava em formação, assim nos diz os livros de ciências.
A terra era muito quente e sem vida, aos poucos ela foi se resfriando e criando sua atmosfera e é nesta fase que possibilitou o surgimento da vida a partir do mar e ao passar dos tempos ela chegou à terra ( esta vida é o que chamamos de DNA) e ela deu origem a todas as outras formas de vida através de mutações e estas mutações ocorreram pelo contato dos elementos que se encontravam no solo e na atmosfera do planeta.
Muito tempo se passou e a transformações graduais foram evoluindo e só viemos a confirmar este processo no século XVIII e XIX, principalmente com a teoria da evolução e a seleção natural de Darwin.
Para Darwin é a partir deste ácido é que todo o tipo de vida existe os vegetais, os animais e nós humanos. Isto significa que todo tipo de vida do planeta surgiu de uma única forma de vida. Será o DNA o extraterrestre que procuramos?
Só se caminha para o futuro se associarmos os nossos conhecimentos do nosso passado.
Quando olhamos para as estrelas, estamos olhando para o passado e talvez, muita destas estrelas nem existam mais hoje.
O Cinturão de Orion, a Via Láctea, a Nebulosa e todo o espaço Sideral são luzes que vemos vindo de uns milhões de anos-luz do passado.
Ao entrar pela porta da razão e das reflexões você só tem uma saída, o fim.
A partir desta porta não há chão, não há paredes e nem tetos, você flutuará pelo tempo e espaços do Mundo das idéias livres sem censuras e sem bloqueios.
Visões especulativas, reflexões sobre o cotidiano, sobre o passado e sobre o futuro e uma série de pensamentos que você pode se permitir de ter, até destruir este Mundo e começar outro se assim você o quiser. Imaginar cápsulas de viagens no tempo e o fim de todo o mal.
Só existem dois tipos de sociedades perfeitas; Uma é a sociedade distributiva, aonde todos os bens produzidos servem à humanidade e a outra, a sociedade do “admirável Mundo novo”, aonde os detentores do poder alienou todo o restante da sociedade a tal ponto que se ordenarem para alguém dar um tiro na cabeça, este o fará sem discutir.
Qual delas você prefere viver, ou existe outra?
Para Karl Marx, a história da sociedade é a história da luta de classes e que os trabalhadores vivem dominados pela ideologia da classe dominante.
A burguesia para conseguir se libertar da classe dominante nos séculos XIX e XX lutou e tomou o poder. Ela se transformou no capitalismo perverso e ganancioso que existe hoje, agora é a vez dos trabalhadores lutarem e tomarem o poder. Esta é a nossa luta e nossa obrigação.
Para cumprirmos esta tarefa precisamos reconhecer as influencias burguesa e nos livrarmos delas, sejam as opiniões religiosas, sejam materialista ideológico ou moral. Ou então seremos eternos escravos que satisfazem as necessidades dos capitalistas.
No período denominado feudal, a agricultura era realizada através do homem e uma enxada que por um período de tempo conseguia arar certo espaço. Com o progresso, a produção aumentou substancialmente, o mesmo tempo que era gasto pelo homem com a enxada, as máquinas produzem um espaço tremendamente maior.
A partir deste modelo de produção, chegamos aos carros, estes tem como propósito também o de ganhar tempo, através dele nós encurtamos o tempo em nossos deslocamentos ( podemos dizer que vivemos mais), porém aí, encontramos a influencia burguesa em nós; pois nos embutiram que o carro é símbolo de status, de cobiça, de realização pessoal e, ele é somente mais uma ferramenta de evolução humana.
Para atingirmos mais uma etapa na evolução humana, precisamos eliminar estas relações primitivas individualistas que temos com nós mesmos e com os bens produzidos.
O processo de alienação se acentuou sobre tudo a partir da década de 90 em razão do capital ter percebido que a “falência” deste “módulo social” esta próximo, talvez não chegue a 2040 e, por isto, estabeleceu as condições para o crescimento da ilusão (religiões), da manipulação através da mídia e da influencia do pensamento burguês (o individualismo).
Para Marx, o capitalismo imprime a toda a esfera da vida o individualismo, desta forma controlam os trabalhadores para continuar com seu reinado de exploração.
O trabalhador tem que ter consciência de que na sociedade existe uma luta de classes, como frisa Marx, se libertar das influencias burguesas e assumir a sua luta contra o poder do capital que é o único meio de se libertar.
Não se trata aqui de comunismo, anarquismo, socialismo ou qualquer nome que queiram dar, mas sim da libertação do ser humano comum, do ser humano que detém os meios de produção, ou seja, deixarmos de sermos escravos dos interesses capitalistas, que é a única forma da vida evoluir em sua plenitude.
Dos mitos à pura realidade
A pedra fundamental do Universo ainda esta escondida no tempo/espaço.
Esta noite esta propícia a escutar meus pensamentos que vibram em meu cérebro trazendo mensagens a se revelarem, ainda que, de suas origens desconhecidas me dominam e me impulsionam a escrever.
A cadeia universal é a mera força que agita o Universo; Universo este que, não surgiu de um “Big bang”, como afirmam os especialistas, as explosões ocorreram e continuam a ocorrer, mas não é delas a origem de tudo, apenas as coisas se organizaram como estão. A pedra fundamental é improvável que localizemos com a tecnologia atual.
O que podemos localizar é a nascente do rio da nossa história enquanto terrestres. Isto é possível, pois a distancia ainda é relativamente curta em tempo/espaço. E, a história revelada nos trará novos caminhos para pensar, sendo possível alterar nossa realidade atual.
A vida na terra iniciou-se a cerca de dois milhões anos atrás e, após sofrer variações, ela chega a nossos dias já bastante transformada, porém a “química essência” da vida é imortal e por esta afirmação, também se pode afirmar que há vida em outros lugares diferentes da terra, talvez em outro estágio e até mesmo não material.
A prova da imortalidade desta “química essência” esta justamente em nossa morte enquanto matéria, pois neste momento é que esta “química essência” se dispersa novamente no Universo e segue pela cadeia universal, enquanto a matéria é absorvida pelo meio do pó ao pó e, a química essência começa outra longa jornada pelo tempo/espaço.
Quando a tecnologia avançar mais no campo da ciência natural, poderá reter em algum campo eletromagnético, esta “química essência” e com uma fusão de luzes gama, violeta, delta, x e outra que ainda não foi descoberta, poderão enxergar esta “química essência” da vida.
O elemento vida esta para nós, incerto e, decerto a nossa massa/substancia que o hospeda, não passa de poeira cósmica que vai durar certo tempo e, mesmo que a medicina avance no cuidar desta massa/substancia (corpo), ela sempre vai corroer. O que não corrói é esta “química essência”, ela só absorve outras energias e gases e se transforma e, por isto, há a adversidade no Universo.
Retornando a um tempo muito pouco conhecido da história, não mais do que 40mil anos, aterrizamos na pré-história humana. A vegetação intensa revela muito tempo de evolução e ao olharmos as formações rochosas percebemos um tempo de evolução ainda maior. Fungos, insetos e animais já com características complexas, lutando pela sobrevivência e evoluindo. Podemos observar que o ser humano primitivo já dava sinais de supremacia, talvez, porque a mistura química foi mais completa. Este ser humano mostrava um sentido de observação o que significa que refletia.
Aqui me falta mais conhecimento, depois contínuo.
O socialismo ou comunismo não representam obrigatoriamente um coletivo feliz, eles apenas são condutores para tirar a civilização da mediocridade em entrarem em sua verdadeira história revolucionária. Devendo para isto, eliminar todos os conceitos morais que o sustenta e estabelecer um convívio de equivalência de valor para a vida e sua evolução.
Os fundamentos de Marx e Nietzsche estabelecem o que deve ser realizado na sociedade para que possamos deixar o primitivo e limitado sistema que construímos, para um estágio mais elevado de nossa história.
Nietzsche se referiu ao controle da escola pelo que ele chamou de decadência social. É através deste controle, segundo ele, se dissemina a decadência humana até alcançar o todo.
Nietzsche não pensou a sociedade socioeconômica como Marx, nem se referiu a classes abertamente, ele mencionava o ser decadente. Nietzsche não foi um revolucionário, não no sentido prático da palavra, da ação, como Marx; mas na silueta de seus trabalhos, percebemos a iminência revolucionária. Ele chega a mencionar os patrões e escravos em rota de colisão, porém não foi à base de seus estudos, ele se inclinou a um tipo de ruptura de todos os preceitos que dirigem a humanidade.
Para Marx, o processo de colisão das classes culmina na luta de classes e a tarefa dos proletariados é assumir seu papel de revolucionário e chegar à construção do comunismo. Mas, é neste ponto que falta a Marx o como a nova classe transforma as etapas pós revolução em uma nova ordem capaz de conduzir, não só a produção e os bens produtivos, em meios capazes de colocar a sociedade e o “Ser” em uma harmonia evolutiva da vida. E, é justamente, neste ponto que se estabelece a fusão entre os conceitos marxista e os pensamentos nietzschiano; porque neste momento, romper com a moral, os velhos mitos, o egoísmo ganancioso e tudo que liga as velhas tradições do sistema burguês/religioso, deve ser varrido por completo do pensamento social e do pensamento individual. É o que colocar no lugar, que nos habilita a sondar.
Analisando o pensamento nietzschiano, percebemos o protótipo de um modelo de organização social, que só pode ser estabelecido em face desse rompimento com as tradições e o caminho é a revolução de Marx, a implantação do comunismo e a transformação dos meios de produção em uso social na sociedade, neste processo se elimina o que era tradicional e, gradativamente, se substitui pelos princípios do super-homem. Ressalvo que não o super-homem cínico de Zaratustra, mas um super-humano que é capaz de se apropriar da vida, dos meios para a vida e se elevar a tal ponto, que consiga preencher os vazios sem apelar, sem falsificar e sem vícios.
Nestes tempos, onde é perniciosa a falência filosofal, onde qualquer doutrina esta presa aos sentimentos de cobiça, as teses que surgem não pretendem, nem de longe, conceber um “Mundo Novo”, elas por sua própria pobreza se exaltam ao glamour.
As reflexões devem superar os conceitos históricos primários da moral e dos valores materiais, da pedagogia decadente e dos fenominos.
A profª. Drª Marilena Chauí é digna de todo o nosso respeito e consideração. Ela tem compromisso com a verdade que liberta dos dogmas e superstições, que numa sociedade dividida em classes,o poder dominante impõe. Quem lê os trabalhos dela, acaba tendo uma outra visão sócio-econômico e cultural. Mega abraço Marilena.
Toda sociedade é dividida em classes e tem o poder da dominante, com relação à extrema esquerda, que o diga as da Coreia do Norte, URSS, etc.
Senso comum e, principalmente, superstições existem às pencas na esquerda brasileira, o que roberto Campos chamava, adequadamente, de atração fetichista.
MUITO BOM, UM RELATO ATUALIZADO. PARABÉNS.
Bons filósofos seriam aqueles sem vinculações partidárias ou ideológicas. Seriam seres naturalmente livres para pensar e sem vínculos orgânicos, típicos daqueles que possuem tais famigeradas ligações.