Além do que se vê

Além do que se vê
Arte de Nino Cais, em colagem inédita e exclusiva para a Revista CULT (2017)
  Imagens de corpos nus combinadas a desenhos de flores “que lembram genitais humanos”. Fotografias eróticas antigas, estrategicamente cobertas por tiras de cetim “parecidas com alças de sutiã”. Uma escultura de Vênus cuja parte de cima do corpo foi substituída por uma pilha de pratos. Em geral, a obra do artista visual paulistano Nino Cais, 48, é bastante ligada à sexualidade: ele não economiza em pernas, insinuações de genitais e poses que podem ser lidas numa chave sexual. “Meu trabalho sempre ressoou nos lugares de sexualidade e no afrontamento. O momento em que a gente vive, de tensão, tem aparecido com força nas minhas reflexões”, diz. Especializado em colagens e fotografia, Cais recentemente teve nove de seus trabalhos expostos na mostra Queermuseu. Embora nenhum deles tenha sido atacado diretamente, duas obras – retratos de Cais com o rosto coberto – viralizaram na internet e acabaram se transformando em ícones da polêmica. A partir daí tudo mudou para o artista: “Se você está na chuva, não tem como não se molhar. Independentemente de estar com uma capa de chuva, seu corpo esfria. Alguma alteração acontece. É o mesmo com o artista”, sentencia. Convidado para conceber a capa desta edição da Revista CULT, Nino recebeu nossa reportagem em seu ateliê, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, para uma entrevista sobre arte no Brasil pós-Queermuseu. CULT - Qual é o conceito por trás da capa que você criou para a CULT de dezembro? Nino Cais - É um nu retirado da pintura A banhista de Valpinçon

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