Dossiê | Pensamentos guerreiros contra a colonialidade
JeanBaptiste Debret, Chefe Camacan Mongoyo, 1835 (Foto: Reprodução)
Quando propus a organização deste dossiê, fiquei sabendo que a edição 268 da Cult, de abril, traria o dossiê A história da filosofia no Brasil, organizado por Júlio Canhada. No mesmo momento em que fiz a proposta, fui chamado para escrever uma das respostas à questão “Existe uma filosofia brasileira?”. Escrevo isto para dizer que muito do que eu gostaria de escrever aqui já se encontra lá, na “resposta” à questão. Muito do que venho tentando propor, desde 2016, para pensar uma filosofia brasileira. Sem negar os importantes estudos de uma história da filosofia brasileira ou das competentes e fundamentais interpretações da filosofia ocidental que são realizadas em nosso país, pretendo pensar além do que é realizado estritamente na academia filosófica.
Em um primeiro momento, minha proposta seria levar em consideração que existem experiências filosóficas importantíssimas em outras regiões do globo terrestre, não apenas no chamado Ocidente, e com isso garantir o nome “filosofia” também às experiências de pensamento que, ao longo dos séculos, foram desenvolvidas no Oriente, na África ou nas Américas. Assim, temos que pensar que o termo “filosofia” não se liga imediatamente ao pensamento desenvolvido na Europa, mas que podemos, sim, falar em filosofia oriental, filosofia africana, filosofia ameríndia e assim por diante.
Mas minha questão se estende um pouco mais nessa tentativa de alargamento do nome “filosofia”. A forma e a estrutura das pesquisas realizadas na academia podem “dar conta” dessas exp
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