Dickinson e o Brasil: dos modernos aos concretos
O poeta brasileiro Manuel Bandeira (Foto: Arquivo nacional, Acervo “Correio da Manhã”)
De acordo com Carlos Daghlian, que organizou o registro mais completo sobre a presença de Emily Dickinson no Brasil, Manuel Bandeira foi o primeiro autor a publicar, em 1928, traduções da então pouco conhecida poeta estadunidense. Às de Bandeira seguiram-se, para ficarmos apenas com os poetas tradutores, as de Décio Pignatari, em 1952; Cecília Meireles e Cassiano Nunes, em 1954; Mário Faustino, em 1957; Leo Gilson Ribeiro, em 1960; Paulo Mendes Campos, em 1969; Marcus Vinicius Faria, em 1982; Ana Cristina Cesar, em 1983; Augusto de Campos, em 1986; José Lino Grünewald, em 1988; Jorge Wanderley, em 1992; Paulo Henriques Britto, em 1999; e novamente Augusto de Campos, em 2015.
Em Portugal, entre os poetas que a traduziram – e extensamente – estão Jorge de Sena, em 1978; Nuno Júdice, em 2000; Maria Gabriela Llansol e Ana Hatherly, em 1973; e Ana Luísa Amaral, a recém-laureada com o Prêmio Rainha Sofia que não apenas escreveu sua tese de doutorado sobre Dickinson, mas publicou uma antologia de 200 poemas em 2015.
Se somarmos a essa lista impressionante as antologias de Aíla de Oliveira Gomes, Uma centena de poemas, 1984; de Olívia Krähenbühl, Poesias escolhidas de Emily Dickinson, 1956; e de José Lira, Alguns poemas, 2006, e A branca voz da solidão, 2000, teremos enfim uma visão de quão familiar Dickinson se tornou para os leitores de língua portuguesa. Sem contar o fato de que há centenas de traduções de Dickinson não publicadas, além das que estão sendo feitas enquanto escrevo este ensaio. Pois a poesia de Dickinson tem o dom
Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »