De dia cria a doença para, à noite, vender a cura

De dia cria a doença para, à noite, vender a cura
  “Pra fuder o psicológico de muitos eu voltei foi diferente,/ porque essa guerra inútil só tem destruído a gente / porque muito combatente nem sabe por que combate / e o governo só aplaude quer mais que a gente se mate / que atire no próprio espelho / pelos mesmos ideais / querem que a gente faça a guerra / pra eles prometerem a paz” Esse é o trecho do funk “Nossa facção é Jesus Cristo”, interpretado por Menor do Chapa e Mc Mazinho, sobre a relação entre as guerras de facções, o Estado e os desejos e potências de favelados espalhados por todo Rio de Janeiro. A composição é do Praga, autor de sucessos do funk carioca. O trecho selecionado termina com uma reflexão importante “Querem que a gente faça a guerra pra eles prometerem a paz”. A guerra entre facções permite que os governos se coloquem em lugar de promessa de paz e vitória. Aquele que encontrar solução para o problema se tornará um grande herói. Em 2010, quando se falava em Complexo do Alemão, se pensava em uma das favelas mais violentas do Brasil. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) já estavam sendo implantadas em algumas favelas pela cidade. Esse projeto, no qual a polícia fica 24 horas dentro de um território, aumentava o valor dos imóveis das redondezas e prometia levar a tão esperada paz para as favelas. E de fato os índices de violência diminuíram significativamente dentro dos territórios – o que fez o projeto ser muito bem recebido pela opinião pública. Foi nesse ano que a tal “solução UPP” entrou no Complexo do Alemão e veio c

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