Três cartas de Clarice Lispector: o imprevisto

Três cartas de Clarice Lispector: o imprevisto
A escritora Clarice Lispector (Foto: Wikimedia Commons)
  1. Alô, queridíssima Fazenda Vila Rica, Estado do Rio, janeiro de 1942 A moça Clarice Lispector, que acabara de completar no mês anterior os seus 21 anos, escreve a sua “queridíssima” irmã Tania. Não se trata da primeira carta de que se tem notícia escrita por Clarice a uma de suas irmãs. Essa e outras cartas, aliás, foram publicadas no volume Minhas queridas (Rocco, 2007), organizado por Teresa Monteiro. Há nesse volume 120 cartas publicadas. Há mais 12 cartas de Clarice às irmãs publicadas no volume Correspondências (organizado também por Teresa Montero, publicado em 2002), perfazendo assim 132, dentre as 180 cartas de que se tem notícia. Assim sendo, 48 cartas de Clarice às irmãs permanecem ainda inéditas na íntegra, sendo que trechos de algumas delas foram transcritos no livro de Olga Borelli intitulado Clarice Lispector: Esboço para um possível retrato, publicado pela editora Nova Fronteira em 1981. E, infelizmente, as cartas das irmãs para Clarice até hoje não apareceram… Datadas de 1940, há também duas cartas enviadas a Elisa, a mais velha das irmãs: em 17 de maio, para “a querida Elizinha” (sic) que se encontrava em Juiz de Fora, a trabalho; e em 22 de maio, para a “querida Elisa”, que passava férias em Miguel Pereira. Nesta última, Clarice dá notícias da doença do pai e da irmã Tania, anuncia que irá ao baile no sábado, pede notícias dessa irmã Elisa, que carinhosamente chama de “bichinha”, à moda nordestina; e lhe dá conselhos para que aproveite bem as férias, ao “não fazer nada

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