Coreia do Sul, Brasil… ou o pior

Coreia do Sul, Brasil… ou o pior
  Quando, no dia 9 de fevereiro de 2020, o Oscar premiava Parasita nas categorias de melhor filme e de melhor filme estrangeiro, a Coreia do Sul, país de nascimento do diretor Bong Joon-ho, já estava diante da disseminação da Covid-19 fazia 20 dias. O primeiro caso no país fora notificado em 20 de janeiro na cidade de Daegu, onde a doença foi detectada num grupo de evangélicos. Adotou-se uma série de medidas de controle e gestão da população, que incluiu a busca ativa de possíveis pessoas infectadas para promover o maior isolamento possível no menor tempo após a contaminação. Estão sendo usadas diferentes tecnologias de controle, combinando geolocalização, mensagens em telefones celulares e medições regulares de temperatura em pessoas que estão em contato com pacientes diagnosticados com a doença. Muito rapidamente, as providências tomadas pela Coreia do Sul tornaram-se paradigma de eficácia contra a pandemia. Assim, enquanto Parasita consolidava uma trajetória de admiração pela capacidade de crítica ao neoliberalismo, o governo sul-coreano avançava sua política de articulação entre exigências sanitárias e imperativos econômicos. A racionalidade neoliberal – com ênfase na máxima responsabilização individual e em medidas de controle extremas – está sendo usada em relação à Covid-19. É, no entanto, incompatível escolher Parasita como paradigma de crítica ao neoliberalismo e eleger a política de saúde da Coreia do Sul como exemplo de sucesso epidemiológico. Parasitas: o filme e as metáforas A racionalid

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