Privado: Coletivo transiberiano

Privado: Coletivo transiberiano
Foto: Fine Arts Images/Glow Images Da redação As consoantes se atropelam, as vogais se espremem, os sons estalam na língua ao serem pronunciados em português e as letras, pouco comuns para nós, compõem juntas uma inusitada grafia: Khliébnikóv, Chukchin, Kuprin, Aviértchenko. Esses são apenas alguns dos 40 autores reunidos na mais importante compilação de narrativa russa e soviética já publicada no Brasil. Traduzidas diretamente da língua original e quase todas inéditas – à exceção de Às Avessas, de Riémizov –, elas fazem parte da Nova Antologia do Conto Russo (500 págs., R$ 69), coordenada pelo professor da Universidade de São Paulo Bruno Barretto Gomide e lançada no final de novembro pela Editora 34. Estendendo-se de 1792 a 1995, traz também os medalhões, como Dostoiévski, Tolstói, Gógol, Turguêniev, Tchekhov, Nabokov e Isaac Bábel, mas busca privilegiar suas produções menos conhecidas. “Optamos por contos que surpreendessem o leitor, e não que confirmassem expectativas. É o caso, por exemplo, de ‘A Carruagem’, um Gógol menos conhecido do que O Capote ou ‘O Nariz’”, explica Gomide. Ele chama atenção para o aspecto inovador subjacente à seleção dos textos: “Creio que o resultado abre algumas novas veredas na compreensão brasileira da literatura russa”. Somente considerando-se o período de preparação, a antologia tomou cerca de um ano. No entanto, conforme lembra o organizador, “é uma obra que já vinha sendo acalentada havia tempos pela editora”. Ressalta que se trata, antes de tudo, de um “projet

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