Bourdieu é tema de coletânea na França

Bourdieu é tema de coletânea na França

 

Um dos maiores sociólogos da segunda metade do século 20, o francês Pierre Bourdieu, autor de  A Miséria do Mundo (Vozes), As Regras da Arte (Companhia das Letras) e  A Dominação Masculina (Bertrand), é objeto de estudo inédito publicado recentemente na França.

Na coletânea  Bourdieu, teórico da prática (Bourdieu, théoricien de la pratique, EHESS), organizada por Michel de Fornel, diretor de estudos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, e Albert Ogien, diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica – ambos em Paris –, filósofos, sociólogos e linguistas discutem o conceito de “prática” em Bourdieu.

A obra também examina o uso de noções que o autor introduziu no vocabulário da sociologia e antropologia, tais como campo, capital, reflexividade, familiaridade, interesse, desinteresse, crítica e posição escolástica.

Entre outros temas abordados no livro, estão a relação do pensamento de Bourdieu com o materialismo histórico de Marx (Bruno Karsenti, Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais), o ceticismo de Kant (Claude Gautier, Universidade de Montpellier III, França), o pensamento de Bachelard e Cassirer (Frédéric Vandenberghe, Yale, EUA) e a sociolinguística de Labov e Troubetzkoy (Michel de Fornel).

(1) Comentário

  1. AS REGRAS DA ARTE: Em “As regras da arte” Bourdieu coloca de forma incisiva como, no campo que era até então tido como “sagrado” há regras, como em um jogo, e estas são sutilmente expostas para quem saber ver – os envolvidos. Os artistas em cada época atravessam estas questões. Desde o casou Dreyfus há questionamento. O papel do artista desde então mudou muito, fazendo dele o porta-voz social, uma figura que tudo poderia. Regras á parte, o papel do artista será o de inconformado, de transgressor no bom sentido, de modificador de algo, de criador de coisas belas, segundo Wilde (depende do ponto de vista e conceito de “beleza”). Não seria o futurismo de Marinetti um conceito que veio ao encontro da ideologia capitalista naquele dado momento? Tudo é ideológico se partirmos dessa “premissa” (pois pregava o desenvolvimento que as indústrias já apregoavam), mas a arte social teve seu importante papel em épocas de conflito, guerras, injustiças. O “banho maria” que tornou-se o papel do artista, do intelectual hoje (salvo alguns casos) dilui-se em pó, e está mais nas periferias, nos pequenos grupos sociais que no mídia. Afinal, não seriam parte das regras da arte, hoje?

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