Privado: César atravessou a história

Privado: César atravessou a história
Welington Andrade Depois de Samuel Beckett e Harold Pinter, o diretor Roberto Alvim lança-se à interlocução com mais um grande nome da dramaturgia universal, senão o maior deles, propondo uma leitura tão personalizada quanto vigorosa da mais conhecida entre as tragédias romanas escritas por William Shakespeare, Júlio César. Com estreia prevista para este mês de julho no Sesc Santo André, em São Paulo, Caesar – como construir um Império reúne em cena somente dois atores, Caco Ciocler e Carmo Dalla Vecchia, e um pianista, o professor livre-docente do Departamento de Filosofia da USP Vladimir Safatle, autor da trilha sonora do espetáculo, que será executada por ele próprio no palco. Embora em meados de junho (quando a revista CULT esteve presente a três ensaios realizados pouco antes do fechamento desta edição) ainda se tratasse de um trabalho em franco desenvolvimento, já era possível identificar ali as principais linhas de força que nutrem o projeto, cujas potencialidades são inúmeras não somente para a esfera do próprio teatro – visto Alvim ser hoje um dos nossos diretores mais ativos e industriosos –, como também para o ambiente sociocultural mais amplo, uma vez que a encenação pretende reconduzir ao trono das reflexões mais agudas uma velha senhora de nobre destino e honroso caráter, hoje vilipendiada e atacada por toda sorte de inimigos: a Política. Enquanto a entronização e o destronamento de indivíduos demasiadamente humanos são a mola propulsora das tragédias de Shakespeare, a ascensão e a queda dos mais elevados princÃ

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