Batismo e sintaxe de um novo gênero
Trecho da graphic novel 'Here', de Richard McGuire (Reprodução)
O termo “graphic novel” (romance gráfico) se popularizou na indústria dos quadrinhos com Um contrato com Deus (Devir, 2007), álbum de Will Eisner (1917-2005) publicado originalmente em 1978. Ao mesmo tempo que o batismo ideológico procurava libertar o gênero da amarra restritiva representada pela expressão vigente “comic”, responsável por impor a ideia de comicidade a obras nem sempre divertidas, também marcava o final da puberdade dessa expressão artística pelas mãos de um veterano como Eisner, egresso da chamada Era de Ouro dos quadrinhos norte-americanos (entre 1930-1950).
Se a importância do quadrinista nascido no Brooklyn é inegável, o termo cunhado por ele ainda não chega a ser unânime, concorrendo com “arte sequencial” (oriundo do livro didático de autoria do próprio Eisner, Quadrinhos e arte sequencial) ou “narrativa gráfica”, entre outras nomeações regionalizadas como o nosso gibi (“história em quadrinhos” também só existe no Brasil, diferenciando-se da “banda desenhada” portuguesa que se originou no equivalente franco-belga “bande dessinée”). A imensa variedade de termos, gêneros e subgêneros das HQs, conforme suas regiões de surgimento (o mangá do Japão, por exemplo, ou formas específicas de escolas europeias tão representativas quanto a francesa, a espanhola e a italiana), exigiria mais de um dossiê especial da CULT para ser abrangida.
A partir dos EUA, portanto, o conceito de graphic novel se alastrou, designando relatos longos, invariavelmente realistas, em medida sincrônica com o am
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