Aliança e compromisso
(Colagem: Claudia Roquette-Pinto)
Em tempos insólitos, letárgicos, agenciados sem agências e bizarros, nada melhor do que desvendar o mistério do comprometer-se com a sabedoria ancestral, cujo vetor maior nos reporta aos ensinamentos de Mãe Stella de Oxóssi, senhora responsável pela obra de arte que é o "Discurso de posse da Cadeira 33”.
Antes, porém, de adentrar na interpretação dessa obra, reporto-me à ideia de pessoa comprometida, que transversa o povo iorubá. Mãe Stella de Oxóssi declara que uma pessoa útil/especial/comprometida é aquela que cumpre a função destinada a ela e se distingue da massa uniforme.
Portanto, compreender-se como pessoa comprometida é reconhecer-se fora da serialização da tirania absoluta, seja pela metáfora do condor, seja pela metáfora do carcará ou do bacurau: cada uma se distingue pela situacionalidade e pelo contexto. Caminhar nessa trilha metafórica alada, mais adiante esclarecida, é render-se à utopia de que nossas alianças se construirão em uma espécie de espiral que nos conduz à miríade das justiças − social, racial, de gênero, erótica, religiosa, científica − e que nos alinhava aos princípios da ancestralidade, da resistência; do compromisso, da reciprocidade, do reconhecimento e da amorosidade.
Em 12 de setembro de 2013, no mês das festas dos erês, das crianças, dos malucos – como dizia minha mãe de santo Luiza Gaiaku –, fomos todos/as presenteados/as pelo discurso, ou melhor, pela belíssima obra escrita por Mãe Stella de Oxóssi, cujo conjunto foi imortalizado em sua justa posse da Cadeira 33 na
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