A caminho da intolerância
E não é que o país ruma a passos largos para uma sociedade do ódio?
Usar de todas as formas e meios de modo irresponsável para obter sucesso, poder e visibilidade, como foi feito na condução do impeachment, para se obter fiéis nas igrejas e para obter mais pontos no ibope faz com que se caminhe para o caos.
Estão formando uma sociedade do ódio quando entendem que a Constituição Federal não precisa ser cumprida. Quando quem deveria proteger atira e mata. Toma-se o poder com golpes baixos, com manobras inescrupulosas, achando-se os donos do mundo, dando margem para que meia dúzia de pessoas invadam o Congresso Nacional e, rebaixando todos os que lá estão, solicitem uma suposta força maior, a intervenção do exército.
Uma intolerância que começou com “Janaína Caim Recalque”, que foi beber na fonte de quem não tinha mais nada a perder. Todos unidos à galera (depois da invasão do Congresso o adjetivo é adequado) que não conseguiu se eleger e ao pessoal das selfies com a mídia que vem para confundir e não para esclarecer. Tudo isso resultou no golpe que agora virou intolerância de todos os lados.
Povo que não aceita “não” como resposta, a vontade de cada um sendo mais importante do que a do outro, advogado apanhando da policia, repórter levando bala de borracha, feminicídio desenfreado, negros assassinados aos montes, pai matando filho – sociedade doente.
Se fosse para escolher uma única pessoa a ser responsabilizada, esta seria “Janaína Caim Recalque”, que deve se sentir feliz, realizada, honrada por plantar uma semente da intolerância, que está caminhando para um lugar que nem é bom pensar.
É de bom tom aproveitar as datas festivas e começar os movimentos mais amor, por favor; somos todos humanos; eu te amo, tu me amas; somos todos tolerantes; eu te aceito como você é; diversidade é o que interessa; o Brasil é de todos… – e por vai.
Para finalizar, invoco a advertência de Malcolm X: “Não se pode separar paz de liberdade porque ninguém consegue estar em paz a menos que tenha sua liberdade”.