Quase

Estamos prestes a alcançar o fim, num
suspiro de quase nunca
Pegando fôlego nos dias de quase lá
Nos sonhos que vêm tarde para os
sonhadores
Onde o tumulto que fala
É também o que faz calar.

Nas linhas de chegada,
Nos postos de largada,
Um sufoco rumo ao quê.

Estamos prestes a alcançar o nunca, num
suspiro de quase fim
Pegando fôlego nos dias abandonados
Nos sonhos que vêm tarde para os
sonhadores
Onde a mão que toca
É também a que perde o tato.

Karine Padilha é autista com altas habilidades, artista multidisciplinar e psicóloga. Colaborou com o grupo editorial multimídia de poesia Aboio e com as revistas Pixé e Trama

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