Ler em tempos sombrios
Quando chegar o momento de contar a História – e as histórias – da última década brasileira, mas, sobretudo, de 2018 para cá, certamente os leitores do nosso futuro se perguntarão: como eles aguentaram tudo isso? Quando o assunto é a História e quem a vive, não há respostas simples, é certo. Mas não se pode ignorar, principalmente nesse período da pandemia, um aliado que existe e persiste no mesmo formato há quatrocentos anos. Ele foi declarado natimorto para sua versão digital dez anos atrás, mas segue diante dos nossos olhos, seguro em nossas mãos e vivo em nossa mente, mesmo depois de dias, meses e anos – o livro.
Em 2020, contrariando todas as previsões pessimistas em decorrência da pandemia, houve um aumento de 0,87% no número de exemplares impressos vendidos no país: 41,91 milhões ante 41,54 milhões em 2019. Os dados são da Nielsen Bookscan para o SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros).
Em 2021, os números foram ainda melhores. De acordo com o SNEL, o setor encerrou o primeiro semestre com venda de 28 milhões de exemplares impressos, uma alta de 48,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mas quais livros fizeram companhia aos leitores e leitoras que vivem do livro – escrevendo, editando, revisando, imaginando... – neste período?
A editora Simone Paulino, da Nós, teve como uma de suas principais companhias os Diários de Virginia Woolf, lançado por sua editora. “Pode parecer meio cabotino, mas sem qualquer dúvida, foi o livro que me ajudou profundamente a atravessar os momentos mais dif
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