Conheça o Mappa, site que faz curadoria personalizada de conhecimento
(Divulgação)
Artigos, filmes, documentários, livros, palestras, músicas, reportagens, podcasts: na internet, tudo parece estar ao alcance de um clique. Mas, muitas vezes, a quantidade impede a qualidade, e o efeito de tanta informação pode ser justamente o oposto do aprendizado – inércia.
Percebendo a disparidade entre o conhecimento disponível na internet e o que, de fato, é aproveitado pelas pessoas, um grupo de brasileiras decidiu criar um espaço digital diferente da maioria dos portais: o website Mappa, que batizaram de “plataforma de curadoria de conhecimento”. O site, pioneiro no Brasil e disponível em português e inglês, tem um simples objetivo: disponibilizar conteúdo intelectual filtrado de acordo com as necessidades e afinidades de cada visitante.
“A ideia é guiar as pessoas entre as inúmeras plataformas que elas já acessam – Youtube, Vímeo, portais de notícias -, com o diferencial de fazê-las pescar aquilo que é realmente relevante para elas naquele momento”, diz Débora Emm, cientista social e dirigente do Mappa.
O Mappa é sui generis porque funciona de uma forma muito característica. Para começar, o acesso ali não é ilimitado: em vez disso, o visitante só pode ler, ouvir ou assistir a três conteúdos de cada vez – no caso da reportagem da CULT, por exemplo, as primeiras sugestões foram um documentário sobre esportes, um artigo sobre a capitalização da infância e um curta-metragem chamado The Lighthouse.
A curadoria é feita por um grupo extremamente diverso de colaboradores, que inclui publicitários, jornalistas, cientistas sociais e sociólogos, todos vindos de diferentes partes do Brasil. Dentro do Mappa, é possível conversar com os curadores, que ficam online durante grande parte do dia em um chat do próprio portal.
Cada conteúdo oferecido pelo Mappa traz, ainda, um texto escrito pelos curadores com uma provocação ou uma reflexão. O artigo It’s Okay To Suck, uma das primeiras seleções de conteúdo para a reportagem da CULT, por exemplo, veio acompanhado de algumas questões, como: “Devemos viver com uma perspectiva julgadora de tudo aquilo que fazemos ou devemos ser leais à nossa autenticidade, fazendo coisas independentemente do que os juízes internos e externos nos dizem?”.
Além disso, a troca de ideias entre usuários é incentivada: “Queremos que as pessoas reflitam, renovem suas ideias e entrem em discussões. Acreditamos que isso é humano”, defende Emm.
A seu tempo
Dentro da lógica do site, o tempo de reflexão é tão importante quanto o próprio consumo ou a troca de aprendizados. Quando o usuário termina de consumir um “pacote” de conteúdos selecionados pelos curadores, o site abre uma contagem de 16 horas, dentro das quais a ideia é apenas relaxar e pensar. “Olhe para fora”, aconselha o portal enquanto as horas de intervalo começam a ser contadas. “A maioria dos aplicativos é construída na lógica do vício e da rapidez. O Mappa não. Apostamos que fazemos a diferença e que, por isso, a pessoa voltará depois de 16 horas”, diz a dirigente do site.
O portal deixa claro o a quantidade de tempo e energia que o usuário gastará enquanto absorve aquilo. Também é possível agendar alarmes para lembrar de consumir um determinado conteúdo em um momento mais livre da semana. Assim, aos poucos, a pessoa acaba aprendendo a respeitar seu tempo e realmente aprende coisas novas.
Personalidade e aproveitamento
Além do respeito ao ritmo pessoal, o Mappa se destaca pela personalização da curadoria. Para alcançar isso, logo no primeiro acesso ao site o usuário precisa responder a um questionário bastante específico e característico – no qual há perguntas como: “Um ET desce no seu quintal. Ele é pacífico e veio para Terra para te conhecer, mas ele só tem 20 minutos. Seria tempo o suficiente para explicar a sua vida?”. Ao fim do questionário, a pessoa já recebe as três primeiras recomendações e pode começar sua jornada no site.
“Nosso principal objetivo é fazer as pessoas refletirem, pensarem, usando como meio aquilo que a gente separa para elas. A ideia é gerar conflito, debates, conversas e fazer sair da zona de conforto”, afirma a criadora do site.
Apesar de útil, o Mappa tem dois pontos negativos. O primeiro é o fato de que a maior parte do conteúdo disponibilizado ali é em inglês, o que requer no mínimo um bom nível de compreensão da língua; o segundo é que o portal não é gratuito. Por outro lado, a assinatura mensal custa menos que a do Spotify ou a do Netflix: apenas R$ 10 – e o dinheiro ajuda a manter os curadores, que podem ajudar inclusive com dificuldades no inglês.
No futuro, o Mappa deve facilitar e melhorar cada vez mais o acesso dos usuários ao conhecimento curado. O primeiro passo, segundo Emm, será um aplicativo para celular – que deve ficar pronto logo no começo do ano.
(1) Comentário
adorei a idéia e o formato, acredito que seja de grande ajuda