A libertação da notícia: o papel do editor de um veículo cultural
A segunda mesa do primeiro dia do 3° Congresso Internacional de Jornalismo Cultural – realizado pela Revista CULT e Sesc entre 17 e 20 de maio no SESC Vila Mariana – colocou em pauta o papel do editor de um caderno cultural e como ele lida com as dificuldades da função. Para debater o assunto, participaram da mesa o editor-chefe da revista de cultura Ñ (do jornal argentino El Clarín) Julián Gorodischer e a jornalista Sylvia Colombo, com mediação de Ivan Giannini, superintendente de comunicação do SESC SP.
Julián conduziu seu discurso listando nove desafios a enfrentar. Para o editor, o principal deles é lidar com os distribuidores, que “estão definindo a pauta do caderno cultural. Eles fazem as diretrizes do tempo”. Além disso, aponta para o fato da dificuldade das publicações de “gerar conteúdos próprios”. Outro ponto importante foi a presença da internet no cotidiano do jornalista. Julián acredita que é preciso “uma integração de funções” e “um equilíbrio entre a profundidade do papel e a rapidez do meio virtual”. Por sua vez, Sylvia Colombo acredita que a “internet mudou a forma como se faz jornalismo hoje”.
A palestra, que teve início às 14h, também percorreu temas como a função da assessoria de imprensa e a agenda cultural. Sobre isso, Sylvia defende uma postura mais agressiva: não esperar que os produtos culturais cheguem ao Brasil para que virem notícia. “O jornalismo cultural precisa se pautar pela ideia de que, antes de tudo, é jornalismo”, diz. Ambos acreditam que a indústria cultural tende a aprisionar a notícia.
Ao final, às 15h30, uma pergunta da plateia levantou a questão da obrigatoriedade do diploma. Sylvia defendeu que a teoria fornece a base, mas a prática é fundamental. Já Julián afirmou que é preciso se especializar na profissão.