10 livros que valorizam o orgulho LGBTQIA+
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado no dia 28 de junho, data que relembra a revolta de Stonewall.
A polícia de Nova York fazia revistas humilhantes em bares gays nos anos de 1960. Então, após diversos abusos, em 28 de junho de 1969, drag queens, gays, lésbicas e travestis entraram em confronto com policiais no bar Stonewall Inn. A revolta durou seis dias e é considerada um marco importante do ativismo pelos direitos LGBTQIA+ pelo tamanho da visibilidade que a revolta de Stonewall ganhou no debate público.
Leia mais: Nem todos os caminhos levam a no Stonewall, em Nova York
No Brasil, o movimento pelos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais começou a partir de reuniões em bares e clubes durante o período da ditadura (1964-1985). Eram nesses ambientes que circulavam publicações homossexuais, que serviram de referência no início da organização.
Para se ter uma dimensão do tamanho dos problemas que ativistas enfrentavam, apenas em 1985 a homossexualidade deixa de ser considerada uma doença pelo Conselho Federal de Medicina do país.
A seguir, Cult lista alguns livros que são importantes para conhecer mais sobre as lutas históricas do movimento LGBTQIA+, além de permitir acesso a outras formas de expressão de afetos e sensibilidade por meio da literatura que valoriza a estima gay.
Devassos no paraíso, de João Silvério Trevisan
O livro traz um estudo pioneiro sobre a homoafetividade no Brasil. Trevisan apresenta diversos campos de conhecimento e expressões de nossa cultura — cinema, teatro, política, história, medicina, psicologia, direito, literatura e artes plásticas sobre a perspectiva LGBTQIA+
História do Movimento LGBT no Brasil, organizado por James N. Green, Renan Quinalha, Marcio Caetano e Marisa Fernandes
O livro reconstitui temas e momentos da história de décadas de ativismo gay. Além disso, a obra apresenta a diversidade de composição e perspectivas no interior do movimento por meio do depoimento de professoras/es, pesquisadoras/es e militantes dos mais diversos campos disciplinares.
Um homem só, de Christopher Isherwood
Lançado em 1964, o livro aborda a trajetória de George, professor de inglês, que tenta recomeçar após a trágica morte do jovem parceiro. A obra reflete sobre o envelhecimento e solidão do homem gay
A palavra que resta, de Stênio Gardel
O primeiro romance do autor cearense conta a história de Raimundo e Cícero, que dividem aventuras desde a infância e percebem que entre eles há mais que um amor amigo. O caminho feito de descobertas e desencontros mostra o alcance do amor e a angústia que a distância pode trazer.
Explosão, de Hubert Fichte
Autoficcional, esse romance nasce das viagens de Hubert Fichte ao Brasil. O autor mostra em sua obra as sutilezas das religiões sincréticas afrobrasileiras e relacionamentos gays em zonas de prostituição homossexual, em descrições vívidas e pungentes, bem como as perseguições policiais e violências de toda a sorte cometidas contra gays e travestis no Brasil da ditadura militar e da redemocratização.
O parque das irmãs magníficas, de Camila Sosa Villada
A autora argentina escreveu um livro de afeto. Na obra, temos o retrato de uma identidade de grupo e uma visita à imaginação da autora, que discute dois lados da vida de uma travesti: a fúria e a festa que há em ser quem se é.
Autobiografia do vermelho, Anne Carson
No livro, lançado pela Editora 34, a autora canadense utiliza diferentes gêneros literários ao imaginar Gerião, um monstro da mitologia grega, nos tempos atuais. O monstro vermelho não irá mais confrontar Héracles (ou Hércules), mas ter com o herói uma relação amorosa
O quarto de Giovanni, de James Baldwin
No clássico moderno da literatura gay, Baldwin narra o universo da bissexualidade. O livro trata de uma relação bissexual ao acompanhar David, um jovem americano em Paris à espera de sua namorada, Hella, que por sua vez está na Espanha. Enquanto ela pondera se deve ou não se casar com David, ele conhece Giovanni, um garçom italiano por quem se apaixona.
A Cor Púrpura, de Alice Walker
Uma série de cartas da protagonista Celie a Deus e à sua irmã Nettie detalha a dura realidade do abuso, misoginia e racismo na Geórgia rural. Em 1983, Walker ganhou o Prêmio Pulitzer pela obra. Embora a adaptação para o cinema de Steven Spielberg não deixe tão claro, Celie e a cantora de blues Shug Avery vivem uma história de amor entre mulheres negras
Histórias Quentinhas Sobre Sair do Armário, de Annima de Mattos, Aline Lemos, Ellie Irineu e Renata Nolasco
Coletânea de quatro histórias em quadrinhos sobre identidade, descobrimento e aceitação. As autoras contam finais felizes para histórias de pessoas LGBTQIA+. O objetivo é mostrar para o público que vale a pena viver sendo quem você realmente é.
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