Cult, 25 anos
Uma publicação cultural comemorar 25 anos de existência – como acontece neste mês com a revista Cult – é um fato excepcional, sobretudo no Brasil. Sinto orgulho de ter participado da criação da revista e de ter contribuído para que ela se estabelecesse como periódico de referência – sem, no entanto, imaginar que atingiria um quartel de século.
Se adoto aqui um tom pessoal, é justamente para expressar minha surpresa e minha admiração pela longevidade da Cult. Ou seria melhor dizer: minha gratidão, como leitor, aos responsáveis por essa longevidade, que se deve em especial à obstinação e à paixão da jornalista Daysi Bregantini. Mas também violo o tabu jornalístico da primeira pessoa porque algumas circunstâncias da criação da revista podem servir para que se entenda melhor sua duração excepcional.
Publicações culturais independentes são termômetros de determinados períodos. E, em geral, têm curta duração. Pois as publicações independentes devem esse adjetivo ao fato de não circularem como cadernos ou encartes de grandes jornais, nem pertencerem a corporações editoriais de larga escala.
Normalmente, são iniciativas de editores ou grupos de escritores e intelectuais das mais diferentes áreas, que decidem criar um periódico para veicular ideias artísticas, filosóficas, sociológicas etc. Variam no grau de profissionalismo (que não se confunde com qualidade editorial) e no uso de ferramentas de distribuição e comercialização, dos quais depende sua continuidade. E, por terem na origem um ímpeto pessoal, que aos p
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